Da Redação
Em transmissão feita na tarde desta segunda-feira (8) pelas redes sociais, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), explicou os motivos pelos quais a Prefeitura decidiu não fazer uma nova rodada de flexibilização das restrições impostas a setores econômicos para o enfrentamento da pandemia de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Segundo o prefeito, o indicador mais preocupante registrado nos últimos dias é a velocidade de crescimento da taxa de ocupação da UTIs, o que levou a Prefeitura a acender o “sinal amarelo”.
Marchezan disse que a Prefeitura pretendia ampliar a capacidade de operação de templos religiosos e igrejas, liberar esportes coletivos, feiras de artesanatos, como o Brique da Redenção, cursos livres, entre outras medidas. Mas isso não ocorrerá nesta segunda.
O prefeito informou que a decisão foi tomada em razão do aumento na velocidade de ocupação de leitos de UTI por pessoas que testaram positivo para covid-19. Marchezan destacou que, no início da sexta-feira (5), 44 pessoas confirmadamente contaminadas pelo vírus estavam internadas em UTIs da cidade. No final do dia, este número subiu para 46 e se manteve estável no sábado (6), o que era considerado um crescimento dentro do esperado.
Contudo, no domingo (7), o número de pacientes de covid-19 em UTIs subiu para 54. Na manhã desta segunda, para 58 e, durante a tarde, atingiu a taxa de 62 leitos ocupados. Ainda há 35 pacientes em UTIs que aguardam o resultado de exames para covid-19 e 75 pessoas em leitos de enfermaria que já testaram positivo, ambos números considerados dentro da média, segundo o prefeito.
“O número não é elevado, mas a velocidade de crescimento desse número, que passou de 44 para 62, esta velocidade nos levou a suspender qualquer flexibilização que nós estávamos pensando para o dia de hoje”, disse Marchezan.
O prefeito destacou que segue em vigor o último decreto sobre o tema, de 20 de maio, que permitiu a reabertura do comércio, incluindo shoppings centers, do setor de serviços, incluindo bares e restaurantes, e de atividades religiosas.
Marchezan destacou que o objetivo da Prefeitura é que a cidade volte a uma situação “quase normal”, mas que o momento atual é de cautela. Ele disse ainda que o Comitê Técnico de Enfrentamento ao Coronavírus seguirá fazendo o monitoramento da situação nos próximos dias. A expectativa da Prefeitura era chegar a um pico de internações por covid-19, com cerca de 170 leitos de UTI ocupados, entre o final de agosto e o início de setembro. Caso a velocidade de crescimento dos últimos dias se mantenha, isso poderá acontecer mais cedo.
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, Porto Alegre chegou na noite de domingo a 1.672 casos confirmados de covid-19 e 44 óbitos.