Da Redação
O impacto econômico causado pela crise do novo coronavírus atinge de modo particular os trabalhadores da área cultural. Enquanto outras atividades começam lentamente à retomar suas funções, os artistas talvez sejam os últimos que poderão voltar a atuar. E isso porque o próprio trabalho de músicos, atores, atrizes, artistas plásticos, entre outros, tem na sua essência reunir público, criar aglomeração, exatamente o que não pode ser feito atualmente. E tampouco se sabe quando será possível novamente.
Diante do cenário considerado “trágico”, trabalhadores da cultura divulgaram, na última sexta-feira (15), uma carta ao governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB). No documento, integrantes do Fórum de Ação Permanente da Cultura pedem a criação de uma renda básica para o setor cultural, como forma de mitigar os efeitos da pandemia.
“A cultura foi a primeira a parar e não voltará tão cedo. Quando a fase de redução de isolamento social chegar, as exposições, exibições e apresentações culturais não poderão acontecer, porque ainda será necessário o distanciamento social, além disso, muitos espaços e profissionais possivelmente estarão falidos, ou seja, a cultura só voltará muito depois do fim da pandemia”, destaca a carta enviada ao governador.
No documento, técnicos e artistas enfatizam a perda do “genuíno espaço de atuação que se dá na troca presencial com seu público”, questionam como sobreviver com o longo tempo de isolamento e a falta de políticas públicas específicas para o setor cultural, e solicitam uma reunião com o governador pra tratar do assunto.
Leia a carta na íntegra:
Carta ao governador | #RespeitaACultura
Prezado Sr. Governador Eduardo Leite
ANTES que seja MAIS TARDE precisamos de medidas urgentes!
O impacto do COVID-19 para as trabalhadoras e trabalhadores da cultura já é trágico.
O Fórum de Ação Permanente de Cultura reúne diversos segmentos da cultura como: Teatro, Artes Plásticas, Música, Cinema, etc. e vem solicitar urgente atenção para uma medida emergencial para o setor cultural, tendo em vista nossa principal demanda:
– RENDA BÁSICA para os trabalhadores(as) do setor cultural
A cultura foi a primeira a parar e não voltará tão cedo. Quando a fase de redução de isolamento social chegar, as exposições, exibições e apresentações culturais não poderão acontecer, porque ainda será necessário o distanciamento social, além disso, muitos espaços e profissionais possivelmente estarão falidos ou seja, a cultura só voltará muito depois do fim da pandemia.
Portanto, como lidar com a sobrevivência de técnicos e artistas que foram inviabilizados de exercer seu ofício diante da perda de seu genuíno espaço de atuação que se dá na troca presencial com seu público, pelo longo e necessário tempo de isolamento e pela falta de políticas públicas adequadas para o setor?
Por isso, neste momento extraordinário, é necessário e urgente concentrar todas as possibilidades de orçamento na viabilização de RENDA para o amparo dessas trabalhadoras e trabalhadores.
O artista é o responsável pelo bem cultural e é de sua criação que se desenvolve o imaginário de um povo e a sua identidade. Sendo assim para chegarmos a uma solução emergencial aguardamos reunião virtual para juntos encontrarmos novos caminhos.
Atenciosamente, Fórum de ação permanente de cultura