Da Redação
Em decisão desta terça-feira (23), o juiz Rômulo Pizzolatti, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS), proibiu a realização de ato contra o fascismo e em defesa da democracia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), programado para quinta-feira. A decisão acolhe pedido do deputado federal Jerônimo Goergen (PP) e de Marcel van Hattem (NOVO), também eleito para a Câmara Federal. O encontro estava programado para as 18h, com as presenças de Tarso Genro (PT), Guilherme Boulos (PSOL), Maria do Rosário (PT) e Fernanda Melchionna (PSOL).
Na decisão, o juiz afirma: “Embora o evento político, ora impugnado, tenha como título “Contra o Fascismo. Pela democracia! BOULOS na UFRGS. Com Tarso Genro, Fernanda Melchionna e Maria do Rosário”, é nítido, pelo contexto, que se trata de evento político-eleitoral, seja a favor do candidato Fernando Haddad, seja contra o candidato Jair Bolsonaro”.
No Twitter, o ex-governador Tarso Genro criticou a decisão, lembrando aulas e palestras em universidades do mundo todo. “Hoje, censurado para falar na UFRGS, no RS que governei. Fascismo cresce”, escreveu ele.
Dei aulas , proferi conferências em Universidades da França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Alemanha, Argentina e aqui, mesmo na ditadura . Respeitei sempre os protocolos legais dessas casas de ensino. Hoje, censurado para falar na UFRGS, no RS que governei. Fascismo cresce.
— Tarso Genro (@tarsogenro) 24 de outubro de 2018
Na página do evento no Facebook, surgiram sugestões de outros lugares para a mobilização após a decisão do TRE, como o Viaduto do Brooklyn ou o Largo Zumbi dos Palmares. A organização, no entanto, ainda não havia se pronunciado sobre como proceder. Na decisão, o juiz destaca que “é proibido o uso de espaços físicos da UFRGS, por força do que dispõe o inciso I do artigo 73 da Lei das Eleições”. Mas destaca que “com isso não se quer dizer que o evento não possa concretizar-se, mas somente que não poderá ocorrer nas instalações da UFRGS, como programado pelos
organizadores”.