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9 de outubro de 2014
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17:16

Sartori anuncia apoio a Aécio Neves na disputa presidencial

Por
Sul 21
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Ao lado de novos aliados, José Ivo Sartori anunciou seu candidato a presidente, decisão que foi tomada ainda na segunda-feira, mas só foi anunciada nesta quinta
Ao lado de companheiros e de  novos aliados, José Ivo Sartori anunciou seu candidato a presidente, decisão tomada ainda na segunda-feira, mas só anunciada nesta quinta Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Jaqueline Silveira

O candidato da coligação O Novo Caminho para o Rio Grande, José Ivo Sartori (PMDB), anunciou no final da manhã desta quinta-feira (9), no Hotel Embaixador, que apoiará o presidenciável Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições. Cercado por representantes dos partidos que compõem a sua aliança e os novos aliados – PP, PSDB e Solidariedade -, siglas que integraram a coligação da senadora Ana Amélia Lemos (PP), terceira colocada na disputa ao Piratini, Sartori disse que a definição pelo tucano “é um caminho natural”. A  candidata do PP não compareceu ao ato.

“Com a mesma naturalidade que apoiamos o Eduardo Campos (morto em acidente aéreo) e depois a Marina Silva, anuncio que a coligação O Novo Caminho para o Rio Grande vai apoiar Aécio”, comunicou Sartori, aplaudido por integrantes de todas as siglas aliadas, deputados eleitos e candidatos que não conseguiram se eleger.

O peemedebista afirmou que a decisão de apoiar o tucano foi tomada ainda na segunda-feira (6), um dia após o primeiro turno, e que não foi anunciada antes aguardando as definições dos partidos quanto às alianças para o segundo turno, referindo-se, principalmente à coligação de Ana Amélia que apoiou Aécio no Estado.  Sartori contou que também na segunda-feira falou com o tucano por telefone e que ele virá ao Rio Grande do Sul até o final da campanha para participarem de, pelo menos, um ato político juntos, porém não há definição de data e nem de roteiro.

Telefonema a Michel Temer

Já na manhã de terça-feira, o candidato disse que ligou para o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, atual vice-presidente da República e candidato à reeleição na chapa da presidente Dilma Rousseff (PT), para comunicar a decisão. Sartori comentou que Temer teria dito que “o que for melhor para você e para o Rio Grande”, ele “acataria”. Ao ser questionado se a decisão não teria desagradado o vice, o peemedebista desconversou: “por telefone não dá para perceber”.

O candidato ao Piratini reforçou ainda que o Aécio representa a “mudança”, bandeira que ele defende para o país e o Rio Grande do Sul. “A gente deseja que a democracia brasileira tenha rotatividade de poder”, justificou Sartori.

Tratamento a eleitores

Aos militantes e deputados, Sartori pediu mobilização |Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Aos militantes e deputados, Sartori pediu mobilização |Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Em sua manifestação aos militantes, o peemedebista pediu mobilização e para deixar as divergências partidárias de lado nos municípios, porque “agora a eleição é para o governo do Rio Grande do Sul”. No discurso, o candidato afirmou que os eleitores do seu opositor no segundo turno, governador Tarso Genro (PT), “não são nossos adversários ou nossos inimigos”. No entanto, os eleitores de Ana Amélia e de Vieira da Cunha (PT), candidato que concorreu ao Piratini pelo PDT, garantiu o peemedebista, “serão por nós reconhecidos e bem recepcionados”.

O candidato enfatizou que “serão muitos desafios pela frente”, referindo-se às dificuldades financeiras do Estado. Ele acrescentou que é preciso recuperar as finanças do Estado para ter condições de investir em infraestrutura, educação e valorizar os professores. Mais uma vez, ele se disse contrário ao projeto que altera o indexador da dívida da União com os Estado e que tramita no Senado. “Esse projeto não serve para o Rio Grande do Sul, não é sustentável”, argumentou Sartori. O candidato também pregou um novo pacto federativo.

Nada de euforia

Depois da manifestação aos militantes da sua campanha e aos novos aliados, o candidato concedeu entrevista. Questionado se não temeria uma euforia da militância a exemplo do que ocorreu na campanha de Antônio Britto em que já estavam escolhendo cargos, ele afirmou que “é uma outra realidade”. “Não existe euforia nenhuma”, garantiu ele, acrescentando que no domingo, depois da comemoração do resultado do primeiro turno, pediu para todos se dedicarem à campanha na segunda-feira (6). Sartori afirmou que conhece “o potencial, o poder e agregação” do seu adversário, governador Tarso Genro.

Decisão PDT

Sobre a decisão da Executiva Estadual do PDT que chegou a anunciar “apoio incondicional” a sua candidatura e, depois, o Diretório decidiu pela neutralidade, o peemedebista declarou que “nunca me meti na vida dos outros partidos”, e que só “foi conversar com eles”, porque a direção trabalhista considerou importante. Ele aproveitou para relembrar que nos oito anos em que foi prefeito de Caxias, o PDT participou de seu governo e não fez interferências na sigla. Quanto à possibilidade de alguns trabalhistas subirem em seu palanque, ele disse que essa é uma decisão que cabe a seus integrantes. “Eu não vou alimentar discórdia de ninguém. Eu sou pobre, mas não sou orgulhoso, aceito ajuda de todo mundo”, completou, descontraído.

Participação em debates

Em relação à participação em debates, o peemedebista argumentou que não acredita que seu adversário tenha afirmado que ele não debateu, pois isso seria “desmerecer” os demais candidatos que participaram dos confrontos do primeiro turno. “Eu participei da minha maneira, não vou mudar. Vou fazer uma campanha limpa e respeitosa”, afirmou ele. Sartori, no entanto, ressaltou que preferiu participar dos debates a partir da próxima semana devido à agenda. “Achei pessoalmente melhor começar na semana que vem. Vamos a todos os debates sem problema nenhum”, garantiu o peemedebista, acrescentando que se ocorrem críticas, elas serão respondidas.

Candidato disse que foi uma decisão pessoal de participar debates a partir da semana que vem |Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Candidato disse que foi uma decisão pessoal de participar debates a partir da semana que vem |Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Quanto à possibilidade de participação de ex-governadores do PMDB em seu programa eleitoral, Sartori disse que não há uma definição, mas que “se for importante, não vejo problema nenhum”. Ele negou que tenha falado durante a campanha do primeiro turno em cortes de despesas, mas, sim, “que não vai gastar inutilmente” os recursos públicos. Sartori afirmou, ainda, que os projetos que “estão funcionando bem” no atual governo serão mantidos. Ele aproveitou para criticar que a negociação da dívida do Estado com a União “não está funcionando bem”.


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