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25 de outubro de 2014
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17:48

Dilma encerra campanha com caminhada em Porto Alegre e faz duras críticas à revista Veja

Por
Sul 21
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Candidata à releição, a presidente Dilma encerrou a campanha eleitoral neste sábado em Porto Alegre | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Candidata à releição, a presidente Dilma encerrou a campanha eleitoral neste sábado em Porto Alegre , com participação de milhares de pessoas| Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Jaqueline Silveira

Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) encerrou a campanha eleitoral do segundo turno com uma caminhada, no começo da tarde deste sábado (25), no centro de Porto Alegre. Ela estava acompanhada do governador e candidato à reeleição, Tarso Genro (PT), da vice do petista, Abgail Pereira (PCdoB), e do ex-governador Olívio Dutra (PT). Antes da atividade, Dilma falou com a imprensa e voltou a fazer duras críticas à revista Veja, que antecipou sua edição de final de semana para a quinta-feira (23), trazendo suposta denúncia de que ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam conhecimento sobre suposto esquema de corrupção na Petrobras.

“Quero manifestar meu repúdio a esse tipo de processo. É um processo golpista. Eu quero que prove que eu compactuei com a corrupção”, disparou a candidata, sobre a publicação da Veja. Dilma afirmou que combate a corrupção sistematicamente e não só em época de eleição e que as denúncias envolvendo a Petrobras serão apuradas “a fundo”. “Doa a quem doer. Não vai ficar pedra sobre pedra”, prometeu a petista. A candidata acrescentou que informará à população sobre as investigações, porém, “não dessa forma seletiva”, referindo-se ao conteúdo da reportagem da revista. “Não podem tratar assim uma presidente da República a três dias da eleição”, protestou Dilma.

Ao mesmo tempo em que fez duras críticas à reportagem da Veja publicada na véspera da eleição, a presidente repudiou a pichação feita, na noite de sexta-feira, no prédio da Editora Abril, em São Paulo. “Lamento qualquer ato de vandalismo. É uma barbárie, repudio integralmente”, afirmou.  Ela acrescentou que deve prevalecer “um padrão pacífico” na forma de protestar.

Com a voz bastante rouca, a candidata falou, ainda, sobre a crise econômica e a relação com os países vizinhos. A candidata avaliou que há a “deterioração da crise internacional” com reflexos no cenário mundial, influenciando, inclusive, na redução do crescimento da China. “Isso está ocorrendo em todo o lugar. Eu gostaria de destacar que nós, no Brasil, temos uma situação bastante estável”, completou a presidente.  O Brasil, segundo ela, encontra-se nesse patamar por ser um país que atrai “capital de fora”, alcançando US$ 65 bilhões.

Questionada sobre a relação comercial a com a Argentina, Dilma defendeu a parceria com o país vizinho e as demais nações da América Latina. “A Argentina é um grande parceiro na troca de produtos industrializados. É uma relação bastante equilibrada”, argumentou a presidente.  Ela ressaltou que a “responsabilidade com a América Latina”, contudo, não impede que o Brasil estabeleça relações com outros países, como o é o caso dos que integram o Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul).

Dilma, ainda, conclamou a população a ir às urnas neste domingo (26). Ela fez um apelo, especialmente, às “pessoas mais simples”. “Vocês têm o mesmo poder”, afirmou a petista, comparando o voto de “mais pobres e mais ricos”. A presidente disse que a participação massiva dos eleitores no domingo só reforça a democracia no país. “Nesta eleição, estamos diante de dois projetos claros. É fundamental a participação de todos”, conclamou, referindo-se a sua plataforma de governo e a da candidatura de Aécio Neves, embora não tenho citado o nome do seu adversário.

Muitos acenos e aperto de mão na caminhada

Milhares de militantes com bandeiras  predominantemente vermelhas tomaram as Avenidas Borges de Medeiros e Salgado Filho à espera do começo da caminhada. A concentração e o trajeto foram ao som de muita batucada e gritos de “olê, olê, olá, Tarso, Dilma”, “nem quem não pula, é tucano”, “1, 2, 3, 4, 5 mil, é Tarso no Rio Grande e a Dilma no Brasil.” Por volta das 12h35min, Dilma, Tarso, Abgail e Olívio subiram em uma camionete para fazer o trajeto até o Largo Glênio Peres. Uma multidão se espremia atrás e nas laterais do carro dificultando o trabalho da segurança.

Os gritos de “Tarso” e “Dilma” se revezaram pelo trajeto. Enquanto isso, o governador e a presidente respondiam com acenos e até apertos de mãos para àqueles que conseguiram chegar bem perto do carro. “Ela apertou minha mão, não acredito! Vou contar para meus netos”, dizia um jovem, emocionado, após ser cumprimentado pela presidente. Em vários momentos, Dilma também colocou a mão no coração e atirou beijos. Tarso, por sua vez, fez ao logo do caminho o sinal da virada, no que foi acompanhado pela vice Abgail.

Dilma e Tarso responderam com acenos e aperto de mãos os gritos dos milhares de mitantes | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Dilma e Tarso responderam com acenos e aperto de mãos os gritos dos milhares de mitantes | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Por volta das 12h55, os candidatos chegaram em frente ao Mercado Público. Tarso e Dilma, então, pararam para fazer fotos com adultos e crianças. Mais uma vez, a militância se apertava para enxergá-los. Um coro de “Dilma, eu te amo”, ecoou pelo local, além de gritos de “Dilma é do povo, Aécio é da Globo.” Às 13h, eles deixaram o local, enquanto isso um carro de som pedia todo o empenho dos militantes até o final da votação neste domingo, às 17h.

A presidente Dilma permanecerá na Capital, sem agenda oficial, nem de campanha, até o domingo, quando votará pela manhã, acompanhada do governador Tarso Genro, na Escola Santos Dumont.

Confira mais fotos:

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
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