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28 de setembro de 2014
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01:09

“Comício da Vitória” do PT reúne milhares no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Comício reuniu milhares de militantes dos partidos da coligação | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Débora Fogliatto

O último grande comício do PT antes do primeiro turno das eleições – que acontece no próximo domingo (5/10) — reuniu 20 mil militantes, segundo a organização do evento, na Praça México, bairro Rubem Berta, em Porto Alegre. Antes do ato, centenas de carros participaram de uma carreata que saiu do Largo Zumbi dos Palmares, no centro da cidade, e se dirigiu até as imediações da praça.

Lotada de bandeiras do PT e dos partidos da coligação Unidade Popular pelo Rio Grande (PT/ PTC/ PCdo B/ PROS/ PPL/ PTB/ PR), a Praça México se transformou em palco do que foi classificado pelos políticos como o maior comício do estado na corrida eleitoral de 2014. Eram cerca de 16h quando o governador e candidato à reeleição Tarso Genro (PT) subiu ao palco, acompanhado da vice Abgail Pereira (PCdoB), após as falas de diversos candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara de Deputados.

Já com a presença deles no grande palco montado na praça, os presidentes dos partidos que compõem a coligação fizeram seus discursos, iniciando por Koiti Tamura (PTC), seguido por Caleb de Oliveira (PROS), Mari Perusso (PPL), Coronel Bonete (PR), Luiz Carlos Busato (PTB), Manuela D`Ávila (PCdoB) e Ary Vanazzi (PT).

Manuela, bastante aplaudida pelo público, embora tenha tido sua fala interrompida pelas saudações à chegada ao candidato ao Senado Olívio Dutra (PT), afirmou que “o discurso que a política não vale a pena é mentira”. “A política muda a nossa vida”, disse, apontando os programas sociais implantados pelo governos do PT.

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Abgail, Tarso, Olívio e seus suplentes Carlinhos Vargas e Patricia Beck | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Abgail defende mais autonomia para mulheres

A candidata à vice-governadora, Abgail Pereira (PCdoB), falou que já havia 20 mil pessoas na praça, apontando que este era “sem dúvida, o comício da virada”. Ela mencionou o fato de Tarso ter se licenciado do governo, há 15 dias, para “fazer a virada, ir em todos os cantos desse estado”, e falou da “marca” deixada pelo governo atual. “Essa marca está no rosto de cada homem e cada mulher nesse estado. É a marca do desenvolvimento, da agricultura, do Mais Água Mais Renda, a marca do ProUni, dos 12% na saúde, é a marca da educação, quando investimos nos professores o maior reajuste que eles já tiveram, quando investimos em escolas”, colocou.

Ela também criticou a candidata Ana Amélia Lemos (PP), principal adversária de Tarso na disputa pelo Piratini, lembrando que ela “não conhece esse estado, ela não vive aqui há mais de 40 anos. Ela não conhece essa terra, ela não conhece a nossa gente.” A candidata a vice também mencionou os programas feitos pelo governo atual em prol das mulheres, como a Rede Lilás, a Patrulha Maria da Penha e a proposta do Pronatec Lilás, para “construir mais autonomia para mulheres”. Abgail foi a primeira a mencionar o empate técnico entre Tarso e Ana Amélia mostrado pelas últimas pesquisas divulgadas nesta sexta-feira (26), afirmando que “a virada chegou”.

Olívio critica seu principal adversário

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Crianças, jovens e adultos se divertiam com “bigodes” de Olívio | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Ovacionado pela população, que gritava seu nome enquanto abanava bandeiras e exibia “bigodes” imitando o seu, Olívio Dutra (PT) focou seu discurso em críticas ao candidato Lasier Martins (PDT). Ele comparou o adversário a Antônio Britto (PMDB), que derrotou nas urnas em 1998 na disputa pelo Piratini, dizendo que ambos “chegavam dizendo que não tinha partido” e que, assim como Lasier, Britto aparecia como favorito nas pesquisas eleitorais. “Esse cidadão estava lá debaixo daquele guarda-chuva da mocidade arenista do estado, enquanto os trabalhistas estavam no exílio. Agora, 48 anos depois, se diz trabalhista e vem dizer que o nome dele estava lá sem ele saber”, criticou, referindo-se ao fato apresentado em debate na Rádio Guaíba pelo petista, com base em recortes de jornal  de 1966, em que aparece o nome de Lasier integrando a mocidade da Arena, durante a ditadura militar. O trabalhista negou a informação, publicada no jornal Correio do Povo em 13 de abril de 1966.

Ele ainda afirmou que Lasier advogava “pelas multinacionais, era um bajulador de executivos; até hoje, comunicador que diz que é, é mal informado e mal intencionado” e que prega “a democracia sem povo”. Mencionando o caso da Ford, sempre levantado pelo seu adversário, Olívio lembrou que a empresa foi condenada a pagar mais de R$ 1 bilhão para o estado, “Temos um projeto que está fazendo bem para o Brasil e está fazendo bem para o Rio Grande, que incomoda essas figuras. Nós temos candidatos de diferentes partidos, mas todos eles numa visão de que o Estado tem que ser mínimo para a maioria da população e máximo para eles”, afirmou.

Olívio ainda falou do projeto encaminhado por Dilma de fortalecer os conselhos populares, que foi impedido de ser votado pelo Congresso Nacional. “Nós temos muito ainda o que avançar para garantir que as conquistas garantidas pelos trabalhadores e pelo povo não recuem, mas se ampliem e avancem”, discursou.

Ministra Tereza Campello fala do Bolsa Família

Representando a presidência da República, a ministra de Estado de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que coordena o Bolsa Família, falou sobre a posição dos adversários em relação ao programa. “Quando lançamos o Bolsa Família, muita gente era contra. Nessa eleição aconteceu uma coisa engraçada, muita gente agora está dizendo que é a favor. Porque se for contra, perde voto. Nós é que criamos o Bolsa Família e lutamos para colocar a população pobre no centro do orçamento”, lembrou.

Ela disse que alguns candidatos afirmam estar fazendo “a nova política”, mas que isso já foi feito pelo PT, quando colocou “os pobres no centro do programa de governo”. Em seguida, a presidenta Dilma – que havia confirmado presença no comício, mas não compareceu por motivos de saúde – apareceu no telão, elogiando Tarso e dizendo que com ele o RS “voltou a investir em infraestrutura e desenvolvimento”.

Antes da fala de Tarso, foi apresentado um vídeo com quatro pessoas contando histórias de programas dos governos estadual e federal que mudaram suas vidas: um trabalhador da construção civil, falando do Pronatec; uma advogada falando do ProUni; uma mãe de família falando do RS Mais Igual e um agricultor falando das políticas de microcrédito e para pequenos agricultores. Eles foram convidados a subir ao palco, abraçando os candidatos.

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Dilma mandou seu recado em vídeo que apareceu no telão | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Tarso Genro fala do ProUni e outros programas sociais

O último a discursar foi o atual governador e candidato à reeleição Tarso Genro, recebido aos gritos de “quem vota Tarso pula” enquanto a plateia pulava. Ele falou das mudanças ocorridas desde que Olívio foi prefeito e da “verdadeira revolução democrática no país com Lula e Dilma”.

Criticando a grande mídia, como é de praxe em seus discursos, Tarso mencionou que a “mídia manipulatória censura as conquistas, cala a voz do povo e constrange o povo ao caminho da proteção dos interesses das elites e dos candidatos que eles fabricam”. Ele defendeu que se olhe para o passado para “visualizar o futuro que queremos construir” e disse que quem não quer olhar para o passado “não se orgulha da sua trajetória”.

Imitando o jeito de falar do ex-presidente Lula, que esteve no estado recentemente, Tarso lembrou que o companheiro de partido falou que “eles não gostam de ver pobre andando de automóvel ou sentado em aeroporto”, dizendo que FHC defendia “governar para um terço da população, que consome”. “É isso que os preocupa agora, quando inventam candidatos da mídia, que não conhecem a Praça México, que não conhecem as lutas do nosso povo, porque os partidos deles não têm credibilidade e não acompanharam as lutas populares e democráticas”, criticou.

Sobre o local escolhido para a realização do comício, Tarso disse que “aqui estou em casa” e lembrou que o lugar planejou Orçamento Participativo, que as comunidades “lutam por moradia, querem usar o Pronatec e chegar à universidade”. Em seguida, falou dos programas sociais implantados pelos governos do PT, dizendo que uma família pobre pode contar com o programa Bolsa Família para ajudar no seu sustento e, caso tenha filhos, pode ter também o RS Mais Igual. Caso queiram começar seu próprio negócio, podem recorrer ao Programa de Microcrédito e se quiserem formação profissional, o Pronatec pode ajudar”.

 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Tarso: “há muito tempo não via uma mobilização popular tão grande e tão forte” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

“Se essa família não está satisfeita, quer viver melhor, quer o seu filho na universidade, nosso governo fornece o programa que eu tive a honra de criar quando fui ministro da Educação e que foi combatido ferozmente pela mídia, que o PP e o PSDB foram ao STF para querer declarar inconstitucional, que é o Prouni”, contou, recebendo aplausos ao defender que os “filhos dos trabalhadores” podem entrar nas universidades privadas. Para completar sua fala, mencionou o Ciências sem Fronteiras, dizendo que agora é possível “filho de pobre com bolsa estudantil, para criar uma elite não no sentido de dinheiro, mas de conhecimento, técnica, intelectual”.

Em seguida, ele elogiou Olívio Dutra e mencionou a trajetória do candidato ao Senado, questionando se era possível compará-lo com “aquele boneco encerado da RBS”, referindo-se a Lasier Martins. Sobre as críticas que relacionam o PT a casos de corrupção, Tarso disse ter sido o ministro da Justiça que mais “colocou corrupto na cadeia” ao dar autonomia e fornecendo melhorias para a Polícia Federal.

Por fim, ele disse que “há muito tempo não via uma mobilização popular tão grande e tão forte quanto esta no Rio Grande”. Após o comício, ele disse ao Sul21 que irá continuar indo para as ruas, mostrando que “eleição se constrói na última semana” e voltou a afirmar que fazia tempo que não via “um comício tão grande e com participação popular tão forte quanto esse”. Após suas falas, por volta das 18h, Tarso, Olívio e Abgail, acompanhados de outros candidatos, desceram do palco e abraçaram e tiraram fotos com o público presente.

Confira mais fotos do ato:

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