Jaqueline Silveira
A candidata do PP ao Senado, Simone Leite, foi a convidada desta quarta-feira (3) do evento Tá na Mesa da Federasul. A entidade empresarial está ouvindo os principais concorrentes ao Senador, a exemplo do que ocorreu com os postulantes ao Palácio Piratini.
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Vice-presidente de Integração da Federasul e empresária, Simone estava em casa e se referiu aos empresários como “amigos”. Antes de falar de suas bandeiras como concorrente ao Senado, ela falou de seu trabalho. “Contra fatos e números não existem argumentos”, acrescentou ela, para demonstrar, segundo a empresária, que uma candidatura não se constrói de uma hora para outra. Ela afirmou que, como dirigente da Federasul, percorreu o Estado para conversar com as Associações Comerciais e Industriais.
Já como Secretária de Desenvolvimento Econômico de Canoas, na Região Metropolitana, Simone destacou o trabalho realizado para facilitar a vida do empreendedor com a unificação dos serviços num mesmo local, além de agilizar as emissões de alvarás para instalação de empresas. A empresária citou, ainda, a atuação como presidente da Câmara de Indústria e Comércio de Canoas em prol do empreendedorismo. “Precisamos simplificar a vida dos empreendedores”, ressaltou ela, recebendo muitos aplausos.
A candidata também disse que participou da mobilização para acabar com imposto de fronteira e criticou o governador Tarso Genro por não respeitar a decisão da Assembleia Legislativa, que excluiu a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de fronteira.
Sem aposentadoria
A empresária defendeu “a livre iniciativa e a liberdade individual” e criticou a intervenção do Estado em instituições privadas como nas de ensino. Sobre a candidatura, Simone afirmou que “o Senado é lugar de gente com atitude e energia”. “Eu não tenho a ideia de me aposentar no Senado, eu não tenho projeto de poder”, garantiu ela.
Renegociação da dívida
Quanto à renegociação da dívida do Estado com a União, ela disse não acreditar na votação pelo Congresso em novembro, como está prevista. “O governador Tarso está convicto que vai haver a renegociação. Eu acho que não vai haver, porque o governo federal não tem vontade política”, afirmou Simone. Além disso, a empresária ressaltou que não basta só mudar o indexador, será preciso renegociar a liquidação do valor. “Temos de fazer a renegociação da renegociação, avaliar os números”, explicou.
Simone defendeu, ainda, o Pacto Federativo para melhor distribuir os impostos e as parcerias público-privadas com “transparência e fiscalização efetiva”. Devido à situação do Rio Grande do Sul, conforme ela, não há condições de fazer investimentos sem as parcerias. Ela citou como exemplo bem-sucedido as parcerias público- privadas feitas pelo governo federal para reformar aeroportos.
A candidata afirmou que irá apresentar um projeto de lei para que tenha transparência nos empréstimos de bancos públicos. Mas, em caso de não ser eleita, ela informou que encaminhará a sugestão ao senador eleito. A empresária também defendeu “a volta do ensino técnico” no currículo do Ensino Médio.
Contra financiamento público de campanha
Para finalizar, defendeu a reforma política com voto distrital, mandato de cinco anos e o fim da reeleição. Contudo, posicionou-se contra o financiamento público de campanha e pregou a reeleição de dois mandatos para senadores, deputados e vereadores com o fim de oportunizar a renovação, porém depois de um período de 16 anos para a adequação à nova regra.
Cotas e conflito indígena
Antes de falar ao público do Tá na Mesa, formado em sua maioria por empresários, Simone concedeu entrevista. Sobre cotas para negros e índios, ela disse ser a favor para “fazer uma reparação”, no entanto, defendeu que essa política não deve ser “perene”. Já quanto aos conflitos entre indígenas e agricultores, principalmente no norte do Estado, ela afirmou que a questão tem de ser tratada “com muito cuidado”. “Os índios têm seus direitos, mas os agricultores que colonizaram as terras têm também, então tem de ter muito cuidado”, argumentou a empresária, que criticou o Estado “por se apropriar muito das questões privadas”, referindo-se a esse tema.
Ainda sobre a questão indígena, Simone ressaltou que, se a duplicação de parte da BR-116 depende da desapropriação de reservas, “os acampamentos” poderiam “se deslocar” mais para dentro da área para “permitir o desenvolvimento”.
Em relação aos direitos do público LGBT, que centralizou o debate dos presidenciáveis nos últimos dias, a candidata do PP destacou que “cada um deve ser respeitado pelas suas escolhas”.
O Tá na Mesa da próxima quarta-feira (10) ouvirá o candidato à reeleição ao Senado, Pedro Simon(PMDB).