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20 de abril de 2015
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20:05

Paralisação de escolas e ato do Cpers pressionam por negociação com Sartori

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
Paralisação de escolas e ato do Cpers pressionam por negociação com Sartori
Paralisação de escolas e ato do Cpers pressionam por negociação com Sartori

Da Redação 

Foto: Divulgação
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As escolas estaduais devem paralisar as atividades na próxima sexta-feira (24). A convocação feita pelo Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) está tendo forte adesão da categoria em Porto Alegre e no interior do Estado. O ato público pretende demonstrar a insatisfação da categoria com os argumentos do governo de José Ivo Sartori (PMDB), que alega dificuldades financeiras para não garantir as nomeações de concursados, atendimento digno no Instituto da Previdência Estadual (Ipe) e não cumprir a legislação estadual sobre o nivelamento dos professores em formação.

“Este governo passou de todos os limites. Tivemos divergências em outros governos quanto à valorização salarial e outros pontos que ainda seguimos em luta para avançar. Mas nenhum outro governo tinha desrespeitado a mudança de nível para os professores que se formam e tem o direito de subir na carreira”, afirma a vice-presidente do Cpers, Solange Carvalho.

O magistério estadual pode solicitar a alteração de nível de acordo com a Lei Estadual nº 6672/1974. Trata-se de um direito dos professores e pode ser solicitado diretamente nas Coordenadorias Regionais da Educação (CREs) da região do professor de acordo com critérios de merecimento ou antiguidade se houver vagas, com 10% de aumento de uma classe para outra. Durante anos, não houve progressão. O governador Tarso Genro promoveu mais de nove mil professores, desbloqueando um gargalo que agora volta a existir.

“Não podemos aceitar que para tudo se justifique os problemas financeiros que todos sempre tiveram e buscaram alternativas. Já indicamos em audiências com representantes do governo a busca dos royalties do pré-sal, os recursos de isenções fiscais ou dos mecanismos de combate à corrupção como alternativa, mas não podemos governar pelo governo”, afirma Solange.

Pressão por audiência com governador ‘ou alguém que tome as decisões’

O secretário de Educação reunido com a diretoria do Cpers Sindicato | Foto: Cpers
O secretário de Educação reunido com a diretoria do Cpers Sindicato | Foto: Cpers

Desde o começo do ano, o Cpers tem pressionado pelos direitos dos professores. A primeira exigência foi a nomeação dos aprovados no último concurso público, atendida depois de dois meses de resistência e atos nas ruas. Foram chamados 9 mil servidores, entre concursados e temporários.  No dia 13 de abril, a direção do sindicato esteve em audiência com o secretário estadual de Educação, Vieira da Cunha. Na oportunidade, foi apresentada a pauta de reivindicações da categoria e solicitada uma mesa de negociação com o governador José Ivo Sartori; o secretário da Fazenda, Giovani Feltes e o chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi. Foi solicitada também uma reunião com o novo presidente do Ipe, José Alfredo Pezzi Parode. “Para que possamos ter avanços, precisamos falar com aqueles que podem decidir sobre os recursos financeiros do Estado”, observou a presidente do Cpers, Helenir Oliveira.

Vieira explicou que as reivindicações encaminhadas pelo Cpers estão sendo analisadas pela Secretaria da Fazenda e que iria solicitar a mesa de negociações e a agenda com o presidente do Ipe. Sem respostas ou audiências, os professores vão se concentrar em frente ao sindicato da categoria na próxima sexta-feira (24), a partir das 9h. Eles pretendem ainda marchar até a sede da Secretaria da Fazenda (Centro Administrativo Fernando Ferrari) e ocupar a Praça da Matriz por volta das 10h.

“Vamos pressionar por uma autoagenda com o governador em frente ao Palácio Piratini. Tentamos promover o diálogo, pressionamos e ainda assim, temos pouco resultado. Eles estão com a pauta aprovada pela categoria na assembléia geral que exige o pagamento do piso dentro do plano de carreira e o reajuste de 13,01% dados de forma emergencial (governo Tarso) para todas as classes do magistério”, afirma Solange Carvalho.

O Cpers/Sindicato acompanha o roteiro das Caravanas da Transparência promovidas pelo governo estadual para expor a crise das finanças estaduais. “Temos acompanhado a caravana da choradeira e apresentado nos mesmos locais os argumentos que justificam porque Educação e Saúde não são gastos, são investimentos para um Estado. Não podemos abrir mão de áreas essenciais sem antes buscar uma alternativa. Não vamos aceitar”, defende Solange.

A direção do Cpers não soube estimar o volume de adesões da categoria no ato da próxima sexta-feira (24). No entanto, garantiu que já tem previsão de ônibus de diversas cidades do interior, entre elas Caxias, Pelotas, Rio Grande e Lajeado. O ato público dos professores ocorre na semana em que o Cpers completa 70 anos de existência. O sindicato  atua desde 21 de abril de 1945.


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