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26 de novembro de 2014
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16:13

Multinacional lança em Xangri-lá seu primeiro parque eólico

Por
Sul 21
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Parque terá nove torres de 94 metros cada|Foto: Divulgação Honda
Parque terá nove torres de 94 metros cada|Foto: Divulgação Honda

Débora Fogliatto
Enviada Especial

A Honda, conhecida fabricante japonesa de automóveis, lançou nesta quarta-feira (26), em Xangri-lá, litoral gaúcho, seu primeiro parque eólico no mundo. A partir da criação da Honda Energy, a empresa irá suprir toda a sua necessidade de energia elétrica da principal filial brasileira, em Sumaré, interior de São Paulo.

São nove aerogeradores de 3 megawatts cada, o que representa uma produção de 95 mil megawatts no total por ano, o equivalente ao consumo de energia de uma cidade com cerca de 35 mil pessoas. A Honda investiu R$ 100 milhões no parque, para construir e colocar em funcionamento as torres de 94 metros e pás de 54 metros, as maiores do Brasil. A automobilística estima que irá conseguir ter retorno pelo investimento em cerca de sete anos.

Com a produção da energia eólica, a Honda diminuirá em 30% sua emissão de CO2, o que representa 2,2 mil toneladas por ano. A energia da Subestação da Eletrosul Atlântica 2, que corresponde ao sistema da Honda, está conectada ao Sistema Integrado Nacional (SIN), por onde será distribuída.

O evento de lançamento aconteceu em uma estrutura montada no próprio parque e contou com a presença do presidente da Honda South America, Issao Mizoguchi, do presidente da Honda Energy, Carlos Eigi Miyakuchi, do governador Tarso Genro (PT), do prefeito de Xangri-la Cilon Rodrigues (PDT), da diretoria da Honda Automóveis do Brasil e outras autoridades da região.

No início do evento, um vídeo destacou os compromissos da Honda Automóveis com a sustentabilidade. A empresa busca diminuir os impactos ambientais e investir em combustíveis renováveis, atuando dentro do conceito de Green Factory. “Esse é um empreendimento inovador que é o símbolo do comprometimento da Honda com a sustentabilidade e a redução de CO2”, afirmou o presidente da Honda South America, Issao Mizoguchi.

Energia produzida será suficiente para suprir necessidade da fábrica de Sumaré | Foto: Honda/Divulgação
Energia produzida será suficiente para suprir necessidade da fábrica de Sumaré | Foto: Honda/Divulgação

Ele contou que o parque representa “a realização de um sonho que permitirá contribuir cada vez mais para o meio-ambiente” e garantiu que as fábricas em Manaus e a que está sendo construído em Ipiratina também tentarão aderir à energia eólica assim que possível.

Os estudos para a realização do parque foram iniciados há cerca de dois anos, segundo Carlos Eigi, presidente da Honda Energy. “Nós vimos que a energia eólica seria mais eficiente para atingir os objetivos. Com isso, colocamos o Brasil em posição de destaque no grupo Honda em sustentabilidade”, apontou.

A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elbia Melo, afirmou que este é “um momento muito importante para o setor eólico brasileiro”. Ela destacou que a Honda é o primeiro auto-consumidor a utilizar o selo de energia renovável e lembrou que o Brasil é o terceiro país que mais investe em energia eólica atualmente. O país é ainda o 13º em capacidade eólica no mundo.

O prefeito de Xangri-lá, Cilon Rodrigues, disse sentir “grande orgulho de poder receber esse empreendimento” e apontou a importância da “política ambiental e responsabilidade com o meio-ambiente”. O governador Tarso Genro, que disse não estar participando de eventos públicos por estar no fim de seu mandato, afirmou que “não pode dispensar o convite” e prezou que a iniciativa “se torne exemplo para o nosso país”.

Parque eólico da Honda em construção
Aerogeradores estão instalados na RS 407| Foto: Divulgação Honda

A empresa estabeleceu a meta de reduzir em 30% até 2020 as emissões de CO2 de seus automóveis e motocicletas em comparação com os níveis obtidos em 2000. O presidente da Honda Energy afirmou que todas as plantas da Honda estão estudando formas de utilizar energia renovável, mas a do Brasil foi a que “se adiantou”, dando um “passo à frente”. Segundo Eigi, as formas como as outras unidades da empresa irão conseguir se tornar sustentáveis dependerá das características de cada cidade e país.

O sistema de geração de energia foi construído na Rodovia RS 407, km 8,5. Além das nove torres, a Honda investiu também em uma central de comando, na qual trabalhará uma equipe de dez pessoas para monitorar as atividades. O terreno onde funciona o parque tem 3,2 milhões de metros quadrados, onde atualmente existe cultivo de arroz, que continuará normalmente.

O prédio administrativo foi construído com tecnologia still-frame, de aço, o que permitiu uma redução de resíduos. Além disso, o material permite a auto-refrigeração da estrutura e tem um sistema de reutilização da água da chuva pelo telhado.


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