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18 de setembro de 2014
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20:38

Investigação sobre jovem morto em festa em Porto Alegre deve ser retomada em outubro

Por
Sul 21
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Investigação sobre jovem morto em festa em Porto Alegre deve ser retomada em outubro
Investigação sobre jovem morto em festa em Porto Alegre deve ser retomada em outubro
 | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Pais e amigos lançaram campanha pedindo justiça pela morte de Eduardo | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Débora Fogliatto

A morte do jovem Eduardo Fösch, em maio de 2013, segue sem explicações. Em junho, as investigações foram reabertas pela promotora Dirce Carvalho Soler, que em agosto foi promovida a procuradora-geral, interrompendo a busca por uma explicação. Agora, os advogados do caso comemoram a disposição da promotora Sônia Eleni Mensch, que em outubro assume a 6ª Promotoria e se comprometeu a seguir adiante com o assunto.

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“A família está muito angustiada com essa pausa nas investigações. Quanto mais demora, mais difícil é conseguir informações. Esperamos que a partir daí a doutora Sônia tome os rumos e investigue”, explica o advogado Ramiro Goulart, um dos representantes da família de Eduardo. Ele teme que quando a promotora também for elevada ao cargo de procuradora, as investigações parem novamente. Segundo Ramiro, Sônia é a quarta na lista a ser promovida, o que deve acontecer em 2015.

Antes de ser promovida, Dirce conseguiu ouvir cerca de 10 pessoas das 50 que planejava. A pasta foi herdada pelo promotor Júlio Cesar de Melo, que por estar no cargo provisoriamente não deu andamento às buscas. Agora, os advogados já se reunira, com a promotora Sônia, que se comprometeu a dar atenção ao caso.

Laudo Pericial

No dia seguinte a uma festa em um condomínio na zona sul de Porto Alegre, Eduardo foi encontrado semiconsciente e com ferimentos no corpo no pátio da casa ao lado de onde aconteceu o evento. Ele passou nove dias em coma e morreu no Hospital Pronto Socorro no dia 9 de maio. Na época, a Polícia Civil concluiu que se tratava de um acidente, mas a família do garoto nunca se conformou com essa hipótese.

A investigação feita pela Delegacia de Polícia para Crianças e Adolescentes Vítimas de Delitos concluiu que ele havia caído de uma altura de seis metros, distância entre o prédio onde acontecia a festa e a residência vizinha. “Lendo tudo que está nos laudos não consigo me conformar com a ideia de que foi um acidente, não me parece pela posição em que a vítima estava, pelo fato de existir uma escadaria entre o muro e o corpo da vítima. Não tem como ela ter caído e ficado naquela posição”, disse a promotora Dirce ao Sul21 na época em que assumiu o caso.

Os pais não descartam a possibilidade de Eduardo ter sido agredido por motivações racistas, já que, de acordo com eles, era o único negro no evento. Entretanto, não trabalham unicamente com essa hipótese. A família contratou advogados e um perito aposentado da instituição para elaborar um laudo. O Parecer Técnico Pericial Preliminar de Exame em Local de Morte, feito por Celso Menezes Danckwardt no dia 25 de novembro de 2013, aponta que Eduardo teria sido arremessado já em estado semiconsciente ou inconsciente ao lugar em que foi encontrado. O Laudo Técnico conclui que ele teria sido agredido na cabeça com o uso de um instrumento contundente.

Segundo o laudo, foi verificado que a vítima apresentava “inúmeras lesões no dorso e nos dedos da sua mão direita”, com características de terem sido “produzidas durante uma intensa luta corporal”. O parecer acrescenta relatos de médicos do Hospital Pronto Socorro, dando indicativos de que o paciente teria sofrido agressão física, com base nos ferimentos apresentados.


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