Caio Venâncio
Com data definida para os dias 2 e 3 de novembro, a eleição para o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos e Seletivos Urbanos de Passageiros da Cidade de Porto Alegre ainda não tem todos os seus detalhes definidos. Numa situação atípica, quem publicou o edital do pleito foi o Ministério Público do Trabalho (MPT) em função de conturbações que datam ainda da última eleição da entidade, em 2011. Em reunião no MPT na tarde desta sexta-feira (22), representantes do sindicato dos rodoviários negociaram a possibilidade do local de votação ser transferido do Ginásio Tesourinha para os locais de trabalho dos motoristas e cobradores de ônibus.
De ambas as partes, parecia haver vontade de que a eleição ocorresse bem, com transparência, sem incidentes, diferente de 2011, quando houve problemas na apuração dos votos e inelegibilidade de integrantes da chapa vencedora. Por isso, desta vez quem está cuidando do processo não é o sindicato, mas sim o MPT, mais especificamente o procurador do trabalho Noedi Rodrigues da Silva. “Vai ser um processo transparente, sem dúvida. O que a categoria decidir vai acontecer”, afirmou Adair da Silva, diretor social do sindicato. Júlio Gamaliel, que é o presidente, se afastou das atividades sindicais porque é candidato.
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Já está definido que as urnas serão eletrônicas e fornecidas pelo MPT, já que, em época eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não tem condições de emprestar as que possui. A principal discussão, porém, foi onde seria possível votar. Pelo que está definido hoje, o pleito vai ocorrer das 16h do dia 2 de novembro até as 16h do dia seguinte, com votação apenas no Ginásio Tesourinha. O argumento do Ministério Públicp é de que assim é mais fácil garantir a tranquilidade do processo.
O sindicato, entretanto, defende que a votação deve ocorrer nos locais de trabalho, nas bases, pois assim a participação da categoria seria maior. “Me envolvo com o sindicato desde 1973 e sempre foi assim. De outra forma vai ser complicado conseguir o quórum mínimo pra legitimar a eleição”, antecipa Jarbas Franco, secretário-geral da entidade dos trabalhadores. Depois, ele ainda lembrou que o dia 2 de novembro é o feriado de Finados, o que também poderia prejudicar a participação.
Atualmente, há mais de 8,6 mil rodoviários em Porto Alegre. Destes, apenas 1,3 mil são sindicalizados. Se contados os aposentados, o número chega a 2,9 mil aptos a votar. O quórum mínimo, no caso, é 50% dos habilitados a participar. Porém, estes dados podem ser alterados, já que a partir da próxima segunda-feira (25) o sindicato inicia uma campanha de refiliação. Então, poderão ajudar a eleger a nova diretoria aqueles que estão em dia com o sindicato e já são ou foram sócios por pelo menos seis meses. Pra quem quer se candidatar, o tempo de carência é de um ano.
Chapas de oposição à atual gestão esperam a participação de aproximadamente seis mil trabalhadores, mas Jarbas descarta este número. “Isso aí é sonho. Se houver três mil votos já está excelente”, acredita. Encerrada a apuração, a chapa vencedora assume imediatamente, recebendo no mesmo momento os documentos referentes a entidade e as chaves da sede.
