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25 de junho de 2014
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18:28

Argentinos tomam conta do Caminho do Gol em Porto Alegre

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Antes do jogo, eram esperados 80 mil argentinos em Porto Alegre para acompanhar de perto a última partida de sua seleção na primeira fase da Copa do Mundo | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Nícolas Pasinato e Bernardo Jardim Ribeiro

O Caminho do Gol, trajeto de 4,6 quilômetros que vai do Largo Glênio Peres até as proximidades do Beira-Rio, foi tomado por uma onda de argentinos nesta quarta-feira (25), dia da última partida da seleção argentina na primeira fase da Copa do Mundo, que enfrenta a Nigéria no estádio Beira-Rio.

A impressão era de circular mais argentinos do que brasileiros,  no trajeto que percorre toda a extensão da Avenida Borges de Medeiros, tendo uma rota exclusiva para pedestres. Com camisetas da seleção argentina ou de times do país, os hermanos faziam o trajeto entoando cânticos, entre eles, um que tem provocado muito  os brasileiros por onde os argentinos têm passado:

“Brasil decime que se siente
tener em casa a tu papá
Te juro que aunque pasen los años
nunca nos vamos a olvidar
Que Diego los gambeteo
que Cani los vacuno
Estas llorando desde Itália hasta hoy
A Messi lo vas a ver
la Copa va traer
Maradona es mas grande que Pelé”

Além das provocações, a música se refere a vitória argentina sobre o Brasil, por 1 a 0, nas oitavas de final na Copa do Mundo de 1990, que teve como algozes brasileiros naquele jogo Maradona e Caniggia. A bebida era outra marca fácil de identificar o torcedor argentino. Muitos andavam com um copo de ‘fernet com coca’, bebida tradicional dos hermanos.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Nestor Dilulo (dir.) e Ruben Altamiro (esq.) já percorreram 5,7 mil quilômetros pelas estradas brasileiras | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Apesar de alguns cantos provocativos, a relação entre argentinos e brasileiros era harmoniosa. Nestor Dilulo e Ruben Altamiro já percorreram 5,7 mil quilômetros pelas estradas brasileiras. Já passaram pelas cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O último destino dos amigos na jornada para acompanhar o time liderado por Lionel Messi, o camisa dez argentino, será mesmo Porto Alegre. “Sou suspeito para falar do Brasil, pois sempre passo as férias nas praias daqui, mas estou amando o Brasil e a Copa”, afirma Nestor.

Desde ontem na Capital, eles contam que tiveram muitas dificuldades de arranjar hospedagem em Porto Alegre no primeiro dia. Eles conseguiram vaga em um hotel da cidade por apenas uma noite e agora estão acomodados na casa de um amigo porto-alegrense. Moradores da província de Tucumán, localizada no noroeste da Argentina, eles afirmam que estão sendo muito bem recebidos pelos brasileiros e preveem uma final entre as seleções rivais. “No primeiro tempo será um a zero Brasil e no segundo dois a um argentina”, brinca Ruben.

Em um terreno ao lado de um posto de gasolina, na esquina da avenida Borges de Medeiros com a rua Doutor Vicente de Paulo Dutra, barracas foram instaladas por argentinos para se alojarem durante a estada deles na cidade. Um grupo preparava um almoço antes da partida entre Argentina e Nigéria, prevista para às 13h. Vindos de Córdoba e Santa Fé, os torcedores deixaram o carro em Rosário do Sul, há cerca de 400 quilômetros de Porto Alegre, pois estavam cansados de dirigir e se dirigiram a Porto Alegre de ônibus. Sem ingressos, eles pretendiam assistir ao jogo na fan fest. “Os jogos no Brasil estão muito bons, tendo muitos gols. A Argentina não está jogando muito bem, mas isso pouco importa, queremos ser campeão”, afirma Marcos Vervinelli, de Córdoba, situada a cerca de 1,5 mil quilômetros da Capital.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Marcos Vervinelli veio de Córdoba, localizada a cerca de 1,5 mil quilômetros da Capital Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Mariano Bianchi, que veio da região da Patagônia, esteve nas cidades de Belo Horizonte e São Paulo para acompanhar o Mundial. Ele considera a Copa do Mundo no Brasil “ótima” até o momento, porém, observa contrastes preocupantes por onde tem estado. “Enquanto pessoas gastam 800 dólares por um ingresso, há situações como essa”, diz ele, apontando para moradores de rua, que dormiam na calçada da Borges de Medeiros, ao mesmo tempo em que torcedores se direcionavam ao estádio Beira-Rio.

Roubos e ingressos falsos

Pelo menos 12 pessoas foram detidas por furto roubo e venda de ingressos falsos na proximidade do estádio. Além disso, houve casos de ingressos roubados por torcedores argentinos e nigerianos. As vítimas foram brasileiros e torcedores das duas seleções que se enfrentaram. A partida entre Argentina e Nigéria terminou em 3 a 2 para os hermanos. Ambas seleções se classificaram para as oitavas de final.

 

Veja as fotos

 

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Contrastes entre preços dos ingressos e a situação dos moradores de rua chamaram a atenção de alguns turistas|Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

 

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