Opinião
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16 de junho de 2022
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08:05

A fome voltou. Medidas já! (por Selvino Heck)

Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21

Selvino Heck (*)

A dor é muita, o choro, a tristeza e a emoção também, com as últimas, duras e tristes notícias (e sem esquecer a Amazônia, Bruno Pereira e Dom Phillips).

“Brasil: 33 milhões passam fome, enquanto bilionários aumentam fortuna e não pagam impostos” (Blog do Luiz Muller, 10.06.2022). “No Brasil, ricos não pagam impostos sobre lucros e dividendos. É hora do Imposto sobre Grandes Fortunas. Se os bilionários e o agronegócio pagassem um imposto decente, já seria possível ter uma renda mínima para todas as brasileiras e todos os brasileiros que hoje não têm o que comer.” 

“A triste realidade da fome apresentada pela Rede PENSSAN – Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional” (Terezinha Baldassini Cravo, em www.fepolitica.org.br). “Como ação mais concreta, a Frente contra a Fome e a Sede lançará a campanha #VOTOCONTRAAFOME e assim incidirá no centro do debate eleitoral com a pauta da Fome e da Sede, e orientando na formação dos Comitês Populares contra a Fome em todo país” (Ver em https://olheparaafome.com.br).    

“1% rico do Brasil ganha 40 vezes mais do que metade da população brasileira” (Diário do Centro do Mundo, 10.06.2022).

“No Brasil, o 1% mais rico tem mais renda que os 50%, aponta PNAD do IBGE” (Brasil 247, 10.06.2022).

Esta é a realidade brasileira atual, no ano eleitoral de 2022, estampada nas manchetes todos os dias, até na Rede Globo e grande mídia. O Brasil não só voltou ao Mapa da Fome. O drama e a tragédia são maiores que em qualquer outra época. Não por outro motivo, os Comitês Populares contra Fome, as Cozinhas Comunitárias e Solidárias estão sendo abertas e funcionando todos os dias, especialmente nas periferias, tentando diminuir o tamanho da fome, ante a inexistência de políticas públicas de combate à fome, ou a sua extinção pelo atual governo federal, como aconteceu com a extinção Fome Zero, do CONSEA nacional e das políticas e programas de soberania e segurança alimentar e nutricional e de agroecologia e produção orgânica.

Neste contexto, acontece a 8ª Conferência de Soberania e Segurança Alimentar do Rio Grande do Sul, por iniciativa do CONSEA/RS, a realizar-se dias 27 e 28 de julho na Assembleia Legislativa gaúcha, com o tema geral A FOME VOLTOU! MEDIDAS JÁ!

Até 27 e 28 de julho acontecerão Conferências municipais e regionais, Conferências Livres em todo Rio Grande do Sul, que elegerão delegadas/os para a Conferência estadual (Informações e contato: www.conferenciassans-rs.org/. E-mail: cesans.rs@gmail.com).

Também está em realização a Conferência Popular nacional de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, que acabou de lançar o Manifesto pela Soberania Alimentar e Superação da Fome, buscando comprometer as diferentes candidaturas das eleições de outubro com o Direto Humano à Alimentação Adequada e Saudável. E de 23 a 26 de junho acontecerá um Encontro Nacional contra a Fome.

No final de abril, no Fórum Social das Resistências, em Porto Alegre, foi lançada a Frente nacional contra a Fome e a Sede, com ampla participação de movimentos sociais, populares e sindicais, de CONSEAs estaduais, de pastorais e igrejas, do Movimento nacional Fé e Política, da Ação da Cidadania, do Periferia Viva, do Banquetaço, do CAMP, entre outros muitos participantes e parceiros.

 É a sociedade brasileira se mobilizando e fazendo o que os governos não estão fazendo. A luta contra a fome é urgência urgentíssima. A mobilização da sociedade, como em outros momentos da história abrasileira, é decisiva. A participação em todos estes processos, em especial na 8ª Conferência de SSAN do Rio Grande do Sul, é fundamental neste momento histórico. Todo mundo pode participar nas Conferências Municipais e Regionais e nas Conferências livres. E mobilizar mais gente, ante o tema central da Conferência, A FOME VOLTOU! MEDIDAS JÁ!

Dizia Betinho há muito tempo atrás: A fome tem pressa!

Com a eleição das nossas vidas em 2022, a luta contra a fome e a sede é a luta das nossas vidas!

(*) Deputado estadual constituinte do Rio Grande do Sul (1987-1990)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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