Stela Farias (*)
Não bastasse o descaso do governo Leite com a educação, em curso no RS, com professores sacrificados e mal pagos, escolas depredadas, falta de transporte escolar, dificuldades dos estudantes neste início de ano letivo, após dois anos de pandemia, agora se descobrem escândalos de corrupção envolvendo o MEC.
O desvio do dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação revela a gravidade do esquema de corrupção. Na segunda-feira (04/04) passada o Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu a compra de ônibus escolares por causa de fortes indícios de superfaturamento nos preços.
Em outro caso, prefeitos confirmaram, no Senado Federal, a existência de um esquema de corrupção liderado pelo agora ex-ministro Milton Ribeiro, envolvendo um gabinete paralelo comandado por dois pastores que faziam tráfico de influência com dinheiro público em troca de propina, até em ouro. Eles chegaram a produzir e a distribuir bíblias com recursos do MEC e com suas fotos, a de Milton Ribeiro e a de Bolsonaro numa clara campanha eleitoral antecipada.
Na condição de professora estadual, queremos denunciar tudo isso, pois o impacto do desvio de dinheiro público do MEC é sentido diretamente nas escolas sucateadas ou fechadas por falta de estrutura, na redução do acesso à educação, na doença dos educadores devido aos baixos salários e as péssimas condições de trabalho e no empobrecimento social e econômico do país.
(*) Professora e Deputada Estadual PT/RS
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