Opinião
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12 de janeiro de 2022
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09:12

Desafios e oportunidades para a engenharia nacional em 2022 (por SENGE-RS)

Em 2022, deverão ser aprofundadas as transformações já em curso no mercado de trabalho, com viés cada vez mais tecnológico.
(Reprodução/SENGE-RS)
Em 2022, deverão ser aprofundadas as transformações já em curso no mercado de trabalho, com viés cada vez mais tecnológico. (Reprodução/SENGE-RS)

Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (*)

Ainda são muitas as expectativas para 2022, ano em que o Sindicato dos Engenheiros completa 80 anos de história. Após quase dois anos de uma difícil travessia, marcada pela pandemia da Covid-19, temos um ano eleitoral e uma batalha pela retomada da normalidade na vida das pessoas, bem como da economia do país. 

As projeções apontam que a agropecuária deverá puxar a economia brasileira em 2022, embora no Rio Grande do Sul, neste momento, cause apreensão a estiagem que afeta o setor. Os setores agrícola e de construção civil são molas mestre para o desempenho do PIB nacional, sendo que a construção impacta diretamente na ampliação dos índices de empregabilidade no país. Estima-se ainda que os setores de transporte e saneamento recebam vultuosos investimentos, considerando iniciativas de concessão e parcerias público-privadas federais, estaduais e municipais, buscando resolver carências e demandas reprimidas cuja solução é essencial para o plano de desenvolvimento do país. 

Se confirmado, esse cenário deverá impulsionar a Engenharia nacional e o mercado para os profissionais da área, e por consequência reiterar a relevância da Ação Sindical frente às negociações coletivas de trabalho, exigindo avanços na defesa de temas relevantes como qualificação profissional, respeito às atribuições profissionais, responsabilidade técnica e observância do Salário-Mínimo Profissional, entre outros. Nesse sentido, o SENGE-RS acredita que a prevalência do negociado sobre o legislado pode representar uma oportunidade para um alinhamento vantajoso entre as partes, com transparência e seriedade recíprocas, valorizando os profissionais e a Engenharia. 

Em 2022 ainda deverão ser aprofundadas as transformações já em curso no mercado de trabalho, com viés cada vez mais tecnológico. Temos um longo caminho a percorrer em matéria de inovação e tecnologia, apesar dos gigantescos esforços promovidos pelas universidades, centros de pesquisas, empresas, profissionais e setores governamentais. Destaque para as atividades relacionadas a interação entre ensino, pesquisa e extensão, que precisam ser priorizadas pelos governantes, especialmente na área agropecuária, dada sua importância na produção de alimentos seguros para a população e no cuidado permanente com a preservação ambiental. 

Esse desafio posiciona a qualificação profissional como um ativo imprescindível, assim como o desenvolvimento de habilidades nas áreas de liderança, gestão, empreendedorismo, análise de dados, inteligência artificial, inteligência emocional entre outras. 

Atento às necessidades do mercado e aos desafios do futuro, bem como alinhado à Ação Sindical, o SENGE-RS vem consolidando entre as suas diretrizes o Programa de Qualificação Profissional, assim como oportunidades de desenvolvimento para engenheiros autônomos por meio do Programa Engenheiro Empreendedor e iniciativas voltadas aos estudantes e recém-formados através do Núcleo Jovem Engenheiro. Destacam-se também ações viabilizadas pelo Programa SENGE Solidário, que têm como compromisso colocar o conhecimento técnico de engenheiros voluntários a serviço de comunidades vulneráveis. 

O cenário para 2022 ainda é de incertezas, mas também com a certeza de desafios. A Engenharia é a profissão do desenvolvimento por excelência. Investir em ciência e tecnologia e dotar o país de uma infraestrutura que responda ao mercado e à necessidade da sociedade é fundamental e passa, necessariamente, pela valorização e fortalecimento das carreiras dos engenheiros do setor público, como também dos profissionais da iniciativa privada.

(*) SENGE-RS (Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.

 


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