Opinião
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13 de dezembro de 2021
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07:00

11 de dezembro, Dia do Engenheiro: Valorização profissional, incentivo à pesquisa, desenvolvimento e justiça social

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

SENGE-RS (*)

Celebramos o Dia do Engenheiro neste 11 de dezembro inseridos em um cenário ambíguo, pontuado por incertezas e ao mesmo tempo esperanças. Evidente que tal dualidade é, se não a maior, uma das principais características da nação brasileira, prestes a completar 200 anos de independência em 2022.

Somos pujantes e ao mesmo tempo extremamente desiguais. No agro, por exemplo, nos orgulhamos de sermos um dos maiores e dos mais produtivos de todo o planeta, enquanto, de forma paradoxal, a fome, a miséria e a falta de saneamento ainda consomem milhares de vidas a cada ano.

O Brasil é um dos países que mais cresceram desde a segunda metade do século XX. Apesar do nosso PIB robusto e invejável, ainda não conseguimos atingir a redução das desigualdades. É preciso desenvolver políticas públicas de efetivo combate à fome, à miséria e às desigualdades sociais com as quais não podemos nos conformar.

Para o Sindicato dos Engenheiros no RS, celebrar o Dia do Engenheiro representa, acima de tudo, reconhecer o papel de cada profissional e a importância da Engenharia no passado, no presente e no futuro que queremos conquistar. Significa também reafirmar o compromisso dos engenheiros brasileiros com a ciência, com o desenvolvimento, com a justiça social e com a democracia.

Nem precisamos ser engenheiros para sabermos a importância da pesquisa, da ciência e da tecnologia como forma de qualquer nação alcançar um patamar sólido. Também é de conhecimento geral que o desenvolvimento destes setores requer planejamento consistente e de longo prazo. Parece, no entanto, que andamos na contramão. O corte violento e indiscriminado de verbas para as pesquisas acadêmicas perpetrado ao longo dos últimos anos comprova que vivemos de soluços que impedem que a nação cresça e trabalhe de maneira integrada, tendo as academias como fonte de conhecimento.

O Brasil precisa urgentemente de programas de Estado, que tenham continuidade ao longo do tempo e de diferentes governos. Projetos focados no crescimento econômico, com justiça social e combate às desigualdades. Os engenheiros e a Engenharia brasileira, com certeza, têm muito a contribuir na formulação, no acompanhamento e na avaliação de tais programas.

Nossos políticos precisam entender que cortes nas verbas de pesquisa não podem conviver com aberrações como verbas de representação, auxílios moradias, fundos partidários, vale-ternos, despesas palacianas e outras tantas benesses, enquanto não tivermos o necessário equilíbrio e a democracia devidamente consolidada.

No que depender da Engenharia e dos engenheiros, a nação tem motivos históricos para confiar em dias melhores.

(*) Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul (SENGE-RS)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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