Opinião
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9 de novembro de 2018
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12:59

Meu filho estudou no Rosário (por Ademir José Wiederkehr)

Por
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Meu filho estudou no Rosário (por Ademir José Wiederkehr)
Meu filho estudou no Rosário (por Ademir José Wiederkehr)
Colégio Rosário foi um dos locais em que ocorreu ato de resistência por parte dos alunos | Foto: Reprodução/ Twitter

Ademir José Wiederkehr (*)

Sou pai de um ex-aluno do Colégio Marista Rosário e só mesmo estes tempos de ódio, fake news, intolerância e manipulação da mídia explicam a revolta de alguns pais diante da manifestação democrática e pacífica contra Bolsonaro, que um grupo de estudantes promoveu no intervalo do dia seguinte ao da sua vitória nas eleições. Um dia depois, estudantes favoráveis ao presidente eleito também se manifestaram, porém em número bem menor.

Quando meu filho lá estudava, há alguns anos, até 2007, nunca ouvi falar em “professores doutrinadores”. Havia, sim, educadores qualificados, bem preparados e comprometidos em ensinar e formar cidadãos. Sou imensamente grato ao Rosário pela educação e pelas lições de vida que o guri aprendeu.

Se ele fosse hoje aluno, eu respeitaria a sua decisão de participar ou não de protestos. A juventude não pode ser indiferente, mas questionadora. Quero aproveitar para elogiar a direção da escola, que garantiu o respeito, a pluralidade e a liberdade de expressão. Assim é que se educa!

O assunto foi discutido em audiência pública, realizada na Câmara Municipal de Porto Alegre. A iniciativa foi de apoiadores do projeto “Escola Sem Partido”, fomentado por movimentos, candidatos, parlamentares e partidos de direita, como PP, DEM e Novo, dentre outros.

Ainda bem que a maioria dos presentes se posicionou a favor de manifestações políticas dos alunos nas escolas, valorizando a liberdade e a democracia e protestando contra esse projeto descabido e retrógrado. Cada vez mais fica visível que os defensores do “Escola Sem Partido” possuem partidos e são de direita. O que eles querem é intimidar e censurar os professores, desmontar a educação de qualidade, amordaçar a liberdade de opinião, impedir que os estudantes formem consciência crítica da realidade e implantar o pensamento único nas escolas.

A educação deve ser livre, democrática e transformadora. Calar jamais!

(*) Bancário e jornalista

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Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.


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