Opinião
|
6 de agosto de 2014
|
13:26

Carne orgânica: grande oportunidade para o Rio Grande (por Francisco Milanez)

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
Carne orgânica: grande oportunidade para o Rio Grande (por Francisco Milanez)
Carne orgânica: grande oportunidade para o Rio Grande (por Francisco Milanez)

O Rio Grande do Sul tem uma grande e moderna oportunidade econômica com a produção pecuária orgânica. Temos tecnologia avançada, experiência, mercado e legislação para produzir carne orgânica e sairmos da prisão da carne convencional, lucrando em torno de 30% mais e com custos menores.

A produção orgânica de carne melhora a vida de todos, pois não usa produtos artificiais no tratamento dos animais, os alimenta com vegetais sem veneno e permite que tenham uma vida digna com espaço para andar e se relacionar com sua espécie. A consequência é uma carne saudável, sem resíduos tóxicos de agrotóxicos, antibióticos ou hormônios que o mundo inteiro quer consumir. Poucos como nós, podem produzir com esta alta qualidade.

É uma importante chance de melhorarmos a alimentação e ainda exportarmos a melhor e mais lucrativa carne do mundo. Temos animais de primeira, como os Hereford, Angus e muitas outras raças europeias; temos o bioma Pampa, formado por campos nativos com cerca de 140 espécies vegetais diferentes para alimentar estes animais de forma natural e sustentável, coisa que nenhum outro país além do Uruguai e Argentina possui.

O estado está ligado à pecuária desde o início de sua colonização e, neste tempo todo, os pecuaristas sobrevivem com alguns períodos melhores e outros difíceis. A metade sul busca, há muito, uma forma de desenvolver-se que propicie trabalho e riqueza para a região. Com a alternativa da carne orgânica temos a possibilidade de 30% a mais de riquezas na região, alterando seu cenário de forma positivamente impactante.

Mas o que muda não é apenas mais dinheiro e carne saudável. Junto com isto os produtores rurais são os mais beneficiados, pois além do lucro deixam de lidar com agrotóxicos, de bebê-los na água contaminada e passam a comer carne mais saudável. Para os habitantes da cidade os ganhos se reproduzem com água mais limpa e comida saudável.

E o outro ganho ambiental de grande importância, é que pela primeira vez poderemos ter a preservação real do bioma Pampa, do qual 42% foi destruído, pondo em risco a riqueza da região.

A procura internacional de carne orgânica é enorme e a produção limitada. A Europa não tem as condições gaúchas para criar a começar pelo fato da maioria das áreas serem fruto de desmatamentos e não tem clima favorável.

A nova classe média chinesa, que vive no meio da poluição,  tenta qualificar sua alimentação, não quer comer carne convencional contaminada e busca carne orgânica em quantidade. Os EUA não conseguem produzir o suficiente para abastecer seu próprio mercado, que cresce muito.

Alguém têm dúvida de que estamos diante de uma oportunidade única de mudar a história econômica de nosso estado?

.oOo.

Francisco Milanez é Coordenador do Plano RS Sustentável.

Sul21 reserva este espaço para seus leitores. Envie sua colaboração para o e-mail op@homolog.homolog.sul21.com.br, com nome e profissão.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora