Apesar dos céticos e agourentos, já nos primeiros jogos a Copa é um sucesso de público e um espetáculo aos olhos dos apreciadores do futebol. Os estádios ficaram magníficos e os serviços estão atendendo às necessidades. Em todo o país, nas ruas e nas Fan Fests, brasileiros e visitantes integram culturas e compartilham emoções de um evento até há pouco inimaginável de se tornar real.
É gratificante ver o resultado do trabalho de milhares de pessoas para que tudo funcione dentro dos padrões exigidos para uma competição internacional dessa envergadura. É emocionante ver a seleção brasileira receber o amor da grande maioria de nosso povo. Mais gratificante ainda é ver nossa gente acolher com respeito e carinho as equipes e os torcedores que vêm de fora, reafirmando a máxima do esporte de que a disputa deve se dar nos limites do campo.
Aqui no RS, enquanto exerci o cargo de secretária de Estado de Turismo (2011-2014), tive a oportunidade, junto com uma equipe incansável e determinada, de contribuir para o êxito dessa grande festa. Vestimos a camisa e qualificamos profissionais e empresas do setor, realizamos treinamento para recepção de visitantes e participamos de um esforço coletivo das três esferas de governo para garantir as obras estruturais e de mobilidade essenciais ao êxito do evento. É claro que problemas e deficiências foram e serão detectados durante a competição, o que é absolutamente normal.
Tudo certo, então? Não, nem tudo. Não podemos admitir que uma minoria que só busca privilégios para si – a velha turma do “quanto pior, melhor” – ofenda, de forma grotesca, machista e intolerante, a figura da presidenta da República, como ocorreu no jogo inaugural na Arena Corinthians. Esse comportamento não pode ser tolerado, pois não fere apenas a presidenta Dilma, mas sim todos os cidadãos desse país que respeitam as regras democráticas. Cidadãos que têm orgulho de ver o Brasil em um novo patamar de desenvolvimento econômico e social, com o menor índice de desemprego da história, a retirada de 36 milhões de pessoas da extrema pobreza e a geração de 20 milhões de empregos formais desde 2003.
É da cultura das torcidas entoar ao adversário palavras de ordem da natureza daquelas dirigidas à presidenta Dilma e toda sorte de cânticos e provocações que se seguem no tempo do jogo. Mas, a grande maioria do torcedor está ali para apreciar o espetáculo, então tudo faz parte do universo do futebol e, uma vez finalizado o jogo, segue sua rotina, feliz com a vitória ou triste pela derrota, pois sabe essa é a regra do jogo. O mau perdedor, no entanto, continua com o glossário quando sai do estádio, destilando seu ódio ao adversário, porque faz dele a sua razão de existir.
Ali, na Arena Corinthians, havia uma minoria de maus perdedores, similares àquela outra minoria que esconde o rosto e promove a destruição do patrimônio público e privado em protestos. Mas é para a maioria que dedicamos nosso esforço em fazer a melhor das Copas e para quem continuamos lutando para avançar em mudanças e conquistas sociais. Toda solidariedade à presidenta Dilma!
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Abgail Pereira é ex-secretária de Turismo do Rio Grande do Sul.