Opinião
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27 de novembro de 2012
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13:28

Palestinos e Judeus: unidos pela paz

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

Por Mauri Cruz *

Judeus e palestinos vivem uma crise histórica e, nós brasileiros, temos amigos dos dois lados. Não queremos tomar partido de um porque sabemos que o outro também tem suas razões. Discordamos da violência, seja de que lado parta. Sabemos que há uma disputa por terras e patrimônios e que neste conflito os dois povos são vítimas. Mas se há vítimas, há responsáveis pela violência. E estes nunca aparecem de fato.

Palestinos e judeus não querem simplesmente viver em paz, mas na mesma terra, reverenciando cada um por seus motivos os mesmos locais. São irmãos de sangue, literalmente, tendo a mesma origem e a trajetória de holocausto, de mortes e perseguições. Os judeus foram vítimas, agora cometem atrocidades militares. Os palestinos são vítimas, mas já cometeram seus crimes indefensáveis.

O Fórum Social Mundial nasceu em Porto Alegre com uma nova agenda política. Foi embalado pelas mobilizações contra o modelo econômico excludente e concentrador de riqueza. Desde seu nascimento rompeu com os dogmas da esquerda violenta e da chamada ditadura da classe operária. Cresceu como uma via radicalmente democrática, onde não há hierarquias que se sobreponham aos direitos das pessoas e da cidadania universal.

Pratica uma metodologia do diálogo e do consenso, onde a pluralidade do pensamento sempre pode ser exposta, ouvida e criticada. Não é o lugar do pensamento único ou das verdades absolutas. No FSM, novas lutas despertaram, sujeitos sociais saíram da invisibilidade e os direitos humanos e sociais se ampliaram.

É esta cultura política que o FSM pretende oferecer para a causa Palestina como forma de enfrentamento dos conflitos com os israelenses. O FSM Palestina Livre, que ocorre em Porto Alegre no final deste mês, defende o direito do povo palestino em ter seu Estado autônomo e, da mesma forma, acredita que é possível criar um contexto de convivência pacífica entre os dois povos. Nos colocamos no campo da construção da paz onde encontramos muitos palestinos e judeus ao nosso lado.

É preciso uma grande dose de solidariedade para entender o que se passa neste momento. Nestes casos de conflito o melhor, quase sempre, é buscar pontos em comum para que a situação se harmonize ou termine de forma respeitosa para os dois lados. Esta é nossa missão nestes dias de FSM Palestina Livre. Espero, sinceramente, que consigamos.

* advogado e membro do Comitê Local de Apoio ao FSM

Envie sua colaboração a este espaço para o e-mail op@homolog.homolog.sul21.com.br, com nome e profissão.

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