Por Luis Moreira *
É natural que as pessoas que têm seus pensamentos políticos e ideológicos selecionem determinadas afirmações retirando-as do contexto para adaptá-las a interpretações que atendam a seus interesses. É o caso de algumas opiniões expressas neste espaço sobre as declarações do secretário de Educação, professor Jose Clóvis, em entrevista a uma Rádio Gaúcha. Estas opiniões confundiram — por equívoco ou intencionalmente — o que foi dito em relação à postura política da atual direção do CPERS o que não significa ataque aos professores ou ao sindicato.
As manifestações desconsideraram a parte maior da entrevista do secretário, na qual ele ressalvou a história e a importância do CPERS, entidade que ajudou a construir. As considerações do secretário foram em relação à postura intransigente dos grupos ideológicos que compõem a direção do CPERS, que não conseguem conversar com o governo em tom respeitoso e construtivo. O secretário também destacou que essa postura fechada não corresponde ao que pensa a maioria dos professores, que se pautam pelo bom senso e pelo diálogo. E o que dizer de uma direção que queima livros de educação em via pública?
Para os que têm dúvidas e que não querem partidarizar o debate basta analisar o fracasso da greve, que nunca ultrapassou a 2% de adesão, para perceber a distância entre o que pensam os professores e o que pensa a atual direção do CPERS. O resto são mazelas do debate politico partidário, que pode ser legitimo, mas que, muitas vezes, obscurece a realidade dos fatos.
* Luis Moreira é administrador
