Opinião
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24 de dezembro de 2011
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Juventude indiferente, sociedade conformada!

Por
Sul 21
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Por Thyago Duarte

A juventude tem se tornado, cada vez mais, indiferente à política, ainda que todos os atos que influenciam diretamente na vida dos jovens sejam oriundos dela. Ser um agente público, com a série de barbáries e atos imorais praticados por alguns políticos nos últimos tempos virou sinônimo de corrupção e falta de zelo pela coisa pública e pelo bem comum.

No entanto, toda generalização se torna burra, por gerar uma indiferença e um conformismo que fazem com que as coisas não melhorem e que, aqueles que têm a motivação de atuar em causa própria, se sobressaiam.

Reconheço que sou um tanto utopista na maneira de ver e pensar a política, mas acredito muito que a única forma de mudar é arregaçando as mangas. Gosto muito da frase atribuída a Platão, que diz que “o castigo dos bons que não fazem política é ser governados pelos maus”, pois ela define bem o peso e as conseqüências da nossa indiferença.

Mas, assim como me preocupa o descaso dos jovens com a política, também me deixa inquieto a juventude partidária que não se preocupa com uma formação política que lhe permita ser e fazer diferente no meio. A renovação da classe política deve se dar, antes de tudo, por práticas e não somente por nomes. Portanto, de nada adianta mudar os nomes se persistirem velhos hábitos.

As gerações anteriores tiveram suas causas, como a redemocratização e o impeachment, por exemplo. O desafio para os jovens de hoje é o combate à corrupção, sem sombra de dúvidas. Está na hora de a nossa juventude acordar, sob pena de nos enquadrarmos naquilo que Renato Russo chamaria de “geração Coca-Cola”, nos anos 80.

Agir com indiferença enquanto uma obra superfaturada tira verbas da educação e da saúde é no mínimo, sinal de total descaso com o bem comum. Precisamos ter a convicção de que uma sociedade melhor passa, diretamente, pela vontade coletiva dos jovens, e pelo engajamento, senão na política partidária, ao menos de cidadão politizado, buscando conhecer a atuação das pessoas e votando consciente, diferente das eleições atuais em que os marketeiros são mais importantes que o candidato em si, em uma vitória.

Não tenho a pretensão de mudar o mundo, mas ao menos de antenar as pessoas mais próximas para a necessidade de compreendermos e sermos sujeitos ativos no mundo que vivemos, pois essa é a única forma de sermos verdadeiramente uma sociedade, no sentido literal da palavra.

Thyago Duarte é Secretário-Geral da JPMDB/POA


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