Coronavírus
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10 de março de 2022
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19:25

Com ressalvas, especialistas avaliam ser possível deixar de usar máscara ao ar livre

Por
Luciano Velleda
lucianovelleda@sul21.com.br
Os médicos presentes na reunião, por outro lado, defenderam manter o uso em espaços fechados. Foto: Giulian Serafim / PMPA
Os médicos presentes na reunião, por outro lado, defenderam manter o uso em espaços fechados. Foto: Giulian Serafim / PMPA

A Prefeitura de Porto Alegre realizou reunião por vídeo-conferência, nesta quinta-feira (10), com especialistas e representantes de universidades para avaliar a possibilidade de desobrigar o uso de máscara contra a covid-19 em ambientes ao ar livre. A medida já vem sendo adotada em outras capitais do País.

Segundo participantes do encontro, a conversa foi produtiva e, de modo geral, os especialistas convidados concordaram que a situação epidemiológica atual é melhor, principalmente devido à boa cobertura vacinal na cidade, o que pode permitir com que o uso de máscara ao ar livre não seja mais obrigatório. A flexibilização, entretanto, se acontecer, deve levar em consideração questões importantes, como o status vacinal do individuo, além do alerta para que o uso seja mantido por determinados grupos.

A reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lucia Pellanda, destacou ser importante aguardar mais alguns dias para avaliar as consequências das aglomerações do feriado de Carnaval. “É preciso enfatizar bastante que quem não está vacinado deve usar e sempre manter cuidados: o risco não é zero”, afirmou.

Lucia defende que ainda devem manter o uso de máscara ao ar livre aquelas pessoas com doenças autoimunes, não vacinados e que façam o uso de medicações imunossupressoras, além de casos de aglomerações (mesmo ao ar livre) e outras situações de muita proximidade pessoal. “É super importante dizer que, se deixar de ser obrigatória, não quer dizer deixar de ser recomendada.”

Por outro lado, a reitora enfatizou ser necessário manter o uso de máscara em ambientes fechados. “Nos locais de trabalho as máscaras são muito importantes para evitar os surtos”, afirmou.

Para o professor de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Alexandre Zavascki, a retirada da obrigatoriedade da máscara em locais ao ar livre deve ser avaliada e só depois avançar em outras flexibilizações, como ambientes fechados.

“Me pareceu um interesse muito genuíno de toda equipe da Prefeitura e da Secretaria (de Saúde) em tomar uma medida acertada, e não somente política. Se fez uma apresentação dos dados de Porto Alegre e se debateu que realmente, na situação atual, é preciso comunicar que existem situações de bem menor risco. Entre elas, várias situações em ambientes externos e que, em determinadas condições, se pode eventualmente fazer essa flexibilização. Obviamente, a decisão final é com a equipe da Secretaria, mas se deu um suporte, como é que se faz essa transição, várias ressalvas. E deve-se fazer considerações, no monitoramento… foi produtivo”, explicou Zavascki, também infectologista do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

Também participaram da reunião o médico do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Fabiano Ramos, o médico e pró-reitor de Inovação da UFRGS, Geraldo Jotz, o professor Fernando Rosado Spilki, da Feevale, entre outras pessoas.

O encontro foi conduzido pelo prefeito em exercício, Ricardo Gomes, que destacou a importância da troca de informações para a tomada de decisão. “Passamos por momentos muito distintos desde o início da pandemia e entendemos que esta é a oportunidade ideal para discussão. Nosso desejo é retornarmos a vida cotidiana mais perto da normalidade”, ponderou.


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