Coronavírus
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3 de dezembro de 2021
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18:17

Centro de Vigilância em Saúde confirma primeiro caso da variante ômicron no RS

Por
Sul 21
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Foto: NIAID
Foto: NIAID

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) confirmou, na tarde desta sexta-feira (3), a primeira pessoa com a variante ômicron do coronavírus no Rio Grande do Sul. É o caso de uma mulher residente em Santa Cruz do Sul, que voltou de viagem da África do Sul na última semana. O Cevs recebeu a amostra da paciente no início da tarde de quinta-feira (2) e realizou o sequenciamento genômico completo do vírus em tempo recorde, aproximadamente 24 horas, para agilizar as ações de vigilância e a adoção das medidas sanitárias necessárias.

A mulher está em isolamento domiciliar e acompanhada pela vigilância em saúde do município. Ela recebeu duas doses de vacina contra a covid-19, e apresentou febre. Os contactantes também serão testados para a doença. Informações pessoais estão sendo omitidas para preservar a identidade da paciente.

De acordo com o especialista em saúde do Cevs, Richard Steiner Salvato, o sequenciamento genético completo é o teste capaz de determinar com precisão a linhagem do vírus. “É uma técnica laboriosa que, em geral, demanda de dias a semanas para obtenção do resultado. No entanto, trabalhamos sem parar desde que chegou a amostra, inclusive durante a noite, e utilizamos um método de sequenciamento mais rápido para conseguir definir se é uma ômicron no menor tempo possível. Além disso, neste momento temos todos os reagentes necessários para a realização do exame completo, o que nem sempre temos disponível.” Os reagentes necessários para o sequenciamento genético completo do vírus são de difícil aquisição e possuem um lento processo de compra.

Diante da confirmação da nova variante no Estado, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, reforçou a necessidade de as pessoas investirem, cada vez mais, nos cuidados básicos, especialmente o uso de máscara e o distanciamento adequado. Além disso, devem procurar as unidades de saúde caso ainda não tenham se vacinado, ou falte alguma dose. Nesta sexta, 842 mil pessoas estavam com a segunda dose em atraso, e 721 mil com a dose de reforço atrasada. “Com essa nova variante em circulação, é ainda mais necessário que a proteção seja efetiva, especialmente com uma alta cobertura vacinal”, alertou a secretária Arita.

Desde segunda-feira, o Cevs intensificou a vigilância genômica do coronavírus, em função da nova variante ômicron e a necessidade de identificá-la assim que o vírus modificado entrasse no território gaúcho. Todas as amostras analisadas nos laboratórios do Cevs que resultarem positivas e que possuam carga viral suficiente passam por um teste de RT-PCR específico para a identificação de possíveis casos da variante. Se o teste indicar a presença de uma mutação existente na ômicron e não na delta ou na gamma (variantes em circulação no Rio Grande do Sul atualmente), essa amostra passa por um sequenciamento genético completo para a confirmação. O sequenciamento completo poderá ser realizado no Cevs ou na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

Salvato explica que a ômicron apresenta um grande número de mutações na proteína Spike do vírus, que é a parte responsável por se ligar à célula humana, e também é a região em que parte das vacinas agem. As mutações na proteína Spike fazem, principalmente, com que o vírus se torne mais transmissível, e essa é das prováveis características da ômicron.


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