Quarta colocadas nas pesquisas de intenção de voto, oscilando entre dois e três pontos percentuais na maior parte dos levantamentos, Simone Tebet (MDB) encerrou na noite desta sexta-feira as sabatinas do Jornal Nacional com os candidatos à presidência da República. Ao longo da conversa, Tebet teve amplo espaço para respostas e mesmo quando colocada “contra a parede”, como ao ser perguntada sobre a corrupção em seu partido, minimizou o histórico do MDB e colocou a culpa em alas e outros partidos.
Na primeira pergunta, Tebet foi questionada sobre o fisiologismo e os escândalos de corrupção que marcaram a história do MDB, mas justificou que os casos teriam como responsáveis “meia dúzia” de membros do partido e que ela seria ligada a outros campos da legenda.
“MDB é maior que meia dúzia de políticos e caciques”, disse. “O MDB é o partido da redemocratização, de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e Mário Covas. Homens desbravadores, corajosos e éticos, com espírito público e vontade de servir o povo. Aprendi dentro de casa, com meu pai [ex-senador Ramez Tebet], a ter coragem e vontade de servir o povo”, acrescentou.
Posteriormente, foi questionada sobre os motivos de não ter o apoio integral de seu partido. Neste ponto, apontou que existe uma ala do MDB que tentou barrar a sua candidatura, tanto nas esferas internas, quanto pela via judicial. “Tentaram puxar meu tapete até pouco tempo atrás. Tive que vencer uma maratona com muitos obstáculos”, disse.
Além disso, justificou o fato de que lideranças do MDB terem declarado apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) ou ao ex-presidente Lula (PT) como resultado da polarização na disputa. “Você tem uma polarização que faz com o partido e alguns companheiros sejam cooptados”, afirmou.
Por outro lado, ponderou que teria o apoio da maior parte dos prefeitos do partido, incluindo o portoalegrense Sebastião Melo.
Quando a sabatina enveredou sobre as propostas de sua campanha, a apresentadora Renata Vasconcelos destacou que Tebet promete ter equidade entre homens e mulheres em seu eventual ministério, mas que o MDB tem apenas 33% de candidaturas femininas. “Não é só do meu partido, são todos. Eles só cumprem a cota. Nós conseguimos avançar com 30% de tempo de rádio e TV e isso fez aumentar em quase 50% o número de deputadas”, disse.
Neste ponto, destacou que foi relatora do projeto que garantiu maior acesso ao fundo partidário a partidos que elegerem mulheres e negros. Acrescentou ainda que, se eleita, o primeiro projeto que pautará será equidade salarial entre o homens e mulheres, destacando que as mulheres recebem 20% a menos do que os homens e que mulheres negras recebem 40% a menos.
Outra proposta de Tebet discutida no programa foi a garantia de manutenção de uma política de transferência de renda de R$ 600 para a população mais pobre. Apesar de ser do mesmo partido de Michel Temer, que instituiu o teto de gastos federal, ela defendeu que ele precisará ser extrapolado em ao menos R$ 60 bilhões para garantir a transferência de renda.
“Em relação à transferência de renda permanente, isso já está precificado, o mercado já sabe que vamos ter que, no ano que vem, extrapolar o teto (de gastos) em algo em torno de R$ 60 bilhões para cobrir essa transferência de renda. É inadmissível nós não garantirmos pelo menos R$ 600 para quem tem fome”, disse.