O governo do Chile convocou o embaixador brasileiro em Santiago, Paulo Roberto Soares, para explicar as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) no debate da noite de domingo entre seis presidenciáveis sobre o presidente chileno, Gabriel Boric. Em sua declaração final, Bolsonaro criticou vários países latino-americanos onde há governos de esquerda. Sobre Boric, disse que o presidente “colocava fogo em metrô” antes de ser eleito, nos protestos que abalaram o país em 2019.
Em nota, o governo do Chile afirmou que considera as declarações “inaceitáveis”. Também acusa o presidente de usar “mentiras, desinformação e tergiversações” para fins eleitorais. “O presidente Boric manifestou publicamente as diferenças que o separam do presidente Bolsonaro, mas ao mesmo tempo tem assinalado a importância de manter boas relações entre os estados do Brasil e do Chile”.
A ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, declarou às agências internacionais que as afirmações de Bolsonaro são “acusações gravíssimas”. Segundo ela, as afirmações “são absolutamente falsas”.
Bolsonaro, em sua declaração final, também acusou o presidente argentino Alberto Fernandes de “quebrar” a Argentina e jogar 40% da população na miséria. O presidente também fez críticas aos governos da Colômbia e da Nicarágua, acusando-os de liberar o consumo de drogas e de perseguir religiosos católicos.
