O pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, e o seu irmão Cid Gomes, senador e ex-governador do Ceará, foram alvo na manhã desta quarta-feira (15) de mandados de busca e apreensão em suas residências no âmbito de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes e o pagamento de propinas a agentes políticos e servidores públicos relacionadas à licitação para as obras no estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre 2010 e 2013.
A PF diz que as investigações tiveram início em 2017 e que foram identificados indícios de pagamento de propinas para que uma empresa vencesse a licitação para as obras no estádio. Segundo a PF, as propinas somariam R$ 11 milhões.
A Polícia Federal afirma ainda que Ciro e Cid seriam parte de uma “associação criminosa” que beneficiaria empresários no Ceará. Lúcio Ferreira Gomes, outro irmão deles, e outros três políticos também foram alvo da operação.
Perto das 10h, Ciro Gomes fez uma série de postagens nas redes sociais em que acusa a PF de estar subordinada a interesses do governo Bolsonaro.
Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático.
— Ciro Gomes (@cirogomes) December 15, 2021
“Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um pais democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”, escreveu Ciro.
O presidenciável argumentou que o Castelão foi o estádio mais econômico construído para a Copa de 2014 e que ele, pessoalmente, não tinha nenhum cargo público relacionado com os fatos apurados.
Ele afirmou ainda ter certeza que a ação está relacionada à campanha eleitoral.
“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à presidência da republica. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018. O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim”, disse.