Manoela Cavalinho apresenta na mostra 64 intervenções urbanas em Porto Alegre em locais que serviram de espaço para tortura durante a ditadura militar. A mostra Território Provisório reúne também trabalhos dos artistas Jordi Tasso e Henrique Fagundes.
Manoela aborda em seu trabalho a memória pessoal e suas intersecções com a memória social e histórica. Mestra em Psicologia Clínica, é mestranda em Artes Visuais do Programa de Pós-Graduação de Artes Visuais da Ufrgs com o tema Não vê no meio da sala as relíquias do Brasil, estudo que trata do tema da mostra em cartaz na Galeria Ecarta.
“Há muito o que mostrar, conversar, estudar sobre esses 21 anos de opressão e autoritarismo. Receber e ouvir as vítimas desse período é, ao mesmo tempo, uma homenagem à sua resistência e uma escuta para registrar tantas narrativas ainda não conhecidas”, adianta Manoela.
Para o coordenador da Galeria Ecarta, André Venzon, a exposição não trata apenas de um tema, mas de um trauma cuja tomada de conhecimento é um dever sociocultural histórico. “A atual percepção do conservadorismo estrutural, indica que o Brasil ainda não fez as revisões da ditadura militar que devia ter feito, diferente de outros países da América do Sul. Território Provisório levanta essa bandeira do papel social e cidadão do artista para que, ao não esquecermos do passado, possamos errar menos no presente e viver a esperança de um futuro melhor e mais verdadeiro”, enfoca André.
O espaço da Fundação Ecarta que abriga a exposição está preparado para receber os convidados cumprindo os protocolos sanitários (distanciamento, uso de máscaras, ventilação e número limitado de pessoas no ambiente). As visitas presenciais às instalações dos três artistas podem ser feitas de terças a domingo, das 10h às 18h, até 22 de agosto.