Andre Richter
Da Agência Brasil
Michel Temer (PMDB) reuniu a base aliada do governo após o pronunciamento no qual rebateu as denúncias do empresário Joesley Batista, neste sábado (20). De acordo com deputados que estiveram presentes à reunião, Temer reuniu no Palácio da Alvorada os líderes das legendas aliadas para tentar retomar, apesar da crise política, as atividades do Congresso e a tramitação das votações prioritárias para o governo, como a reforma da Previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também esteve no Alvorada.
O deputado federal Beto Mansur (PSB-SP) disse que o governo espera remontar a base nesta semana para garantir cerca de 330 votos na Câmara para aprovar a reforma. Em entrevista após a reunião, Mansur criticou a delação da JBS e o áudio no qual Temer dá anuência para pagamentos ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).
“Lógico que nós tivemos um problema com a fita, essas declarações do presidente da JBS, mas a gente está demonstrando que a fita não tem validade jurídica, ela teve uma série de cortes em função das declarações dos peritos, e crise política que, eventualmente se instalou, ela está se dissipando em poucos dias, e a gente vai retomar os trabalhos segunda ou terça-feira dando tranquilidade à sociedade brasileira”, disse. O partido dele anunciou a saída do governo também no sábado.
Apesar do anúncio do PSB, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) garantiu que o governo vai manter os trabalhos no Congresso. “É óbvio que essa crise dá alguns arranhões. O governo está trabalhando, mobilizado e o calendário está mantido. Devemos votar a reforma providenciária na última semana de maio ou na primeira de junho, a reforma trabalhista no Senado em junho. As reformas são fundamentais”, afirmou.