Política
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13 de dezembro de 2015
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14:16

Depois do O Globo, Folha pede ‘Fora, Cunha’, mas por impeachment limpo

Por
Sul 21
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Depois do O Globo, Folha pede ‘Fora, Cunha’, mas por impeachment limpo
Depois do O Globo, Folha pede ‘Fora, Cunha’, mas por impeachment limpo

Brasil 247

Os dois principais empresários de comunicação do País, João Roberto Marinho, do Globo, e Otávio Frias Filho, da Folha, parecem ter concluído que um golpe conduzido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atual presidente da Câmara dos Deputados, é imoral demais para ser aceito pela sociedade.

Se no sábado (12), o jornal O Globo publicou editorial defendendo a saída imediata de Cunha do cargo (leia aqui), neste domingo (13) foi a vez da Folha, com o texto “Já chega” publicado na primeira página – o que o jornal dos Frias só faz em momentos raros e graves da história política.

No entanto, a Folha expôs uma motivação que o Globo mantinha oculta. “O personagem que Eduardo Cunha representa, plasmado em desfaçatez e prepotência, está com os dias contados –ele próprio sabe disso. É imperativo abreviar essa farsa, para que o processo do impeachment, seja qual for seu desenlace, transcorra com a necessária limpidez”, diz o texto.

Confira a íntegra do editorial:

Já chega

A presença do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara é um problema que não se limita aos veementes indícios de corrupção e às claras evidências de mendacidade que pesam contra ele.

As acusações reiteradas de que recebeu propina; a reincidência em práticas destinadas a intimidar adversários; a mentira flagrante em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), negando ter contas bancárias no exterior –esse conjunto probatório já seria suficiente para justificar a cassação de seu mandato.

Há muito mais, contudo. Sua permanência à frente da Câmara dos Deputados assume características nocivas para a ordem institucional do país, e não só porque sua rede de manipulações bloqueia as atividades do Conselho de Ética encarregado de julgá-lo.

Valendo-se de métodos inadmissíveis a alguém posicionado na linha de sucessão da Presidência da República, o peemedebista submeteu a questão do impeachment de Dilma Rousseff (PT) a um achaque em benefício próprio.

Seus expedientes infames conspurcam o processo em curso, que parece encarar como vendeta pessoal. Exacerbam-se com isso as paixões em um tema extremamente explosivo; alimenta-se a falsa versão de que tudo não passaria de lamentável confronto entre ele e Dilma Rousseff.

Já chega. O personagem que Eduardo Cunha representa, plasmado em desfaçatez e prepotência, está com os dias contados –ele próprio sabe disso. É imperativo abreviar essa farsa, para que o processo do impeachment, seja qual for seu desenlace, transcorra com a necessária limpidez.


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