Política
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2 de agosto de 2015
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18:26

Dirigente admite que PSDB está rachado pela disputa da prefeitura de São Paulo

Por
Sul 21
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Dirigente admite que PSDB está rachado pela disputa da prefeitura de São Paulo
Dirigente admite que PSDB está rachado pela disputa da prefeitura de São Paulo
Tobias ao lado do governador Alckmin, que não declarou apoio a nenhuma corrente em maio/Divulgação/RBA
Tobias ao lado do governador Alckmin, que não declarou apoio a nenhuma corrente em maio/Divulgação/RBA

Eduardo Maretti

Da RBA

São Paulo – O presidente do diretório estadual do PSDB paulista, deputado Pedro Tobias, dá esta segunda-feira (3) como data decisiva para o tucanato resolver o imbróglio formado entre grupos políticos que disputam o poder no diretório municipal de São Paulo. A tensão decorrente das eleições que definiram a presidência do partido na cidade, no final de maio, continua e há um racha. O pano de fundo da divisão é a disputa pela indicação de um nome para concorrer à prefeitura em 2016.

Mário Covas Neto (filho do ex-governador Mário Covas), conhecido como Zuzinha, elegeu-se presidente do diretório municipal do partido em 31 de maio. Ele é aliado do vereador Andrea Matarazzo, líder do PSDB na Câmara Municipal, que saiu fortalecido em suas pretensões de ser o candidato à sucessão de Fernando Haddad (PT).

Fábio Lepique, adversário de Covas Neto derrotado na disputa municipal, é ligado ao governador Geraldo Alckmin e aliado do ex-deputado José Aníbal, também cogitado como possível candidato à prefeitura. Ao votar na convenção municipal da legenda, Alckmin estava acompanhado de Andrea Matarazzo, mas não declarou apoio a nenhum nome, nem à indicação às eleições de 2016, nem na disputa pelo diretório.

A disputa envolve outros nomes de peso do PSDB paulistano, como o deputado federal Bruno Covas (neto de Mário Covas), a quem não agradou a escolha de Covas Neto. Isso porque Bruno também pleiteia a indicação de seu nome para disputar a prefeitura. Em 2013, Bruno Covas se aliou a José Aníbal e derrotou Matarazzo na eleição do diretório.

Com o racha, a disputa pelos cargos do diretório municipal se traduziu na elaboração de duas atas pelas correntes que disputaram a eleição. Esse problema é o que Pedro Tobias afirmou que tem de ser resolvido. “Segunda-feira vamos decidir. Ou a executiva fica com uma chapa ou dissolve as duas chapas, fica o presidente e elege outra executiva”, diz o presidente estadual.

Segundo ele, além de Andrea Matarazzo, o PSDB tem outros nomes para indicar: José Aníbal, Bruno Covas e os deputados estaduais Fernando Capez (presidente da Assembleia Legislativa) e Coronel Telhada.

O empresário João Doria, filiado ao PSDB, colocou-se à disposição do partido esta semana.

Existe a informação de que o sr. (Pedro Tobias) estaria propenso a intervir no diretório do PSDB da São Paulo, por causa da divisão que acontece na capital

Não é intervir, é tomar uma decisão. Tem um presidente eleito, não posso intervir. Tem duas chapas. Segunda-feira vamos decidir. Ou a executiva fica com uma chapa ou dissolve as duas chapas, fica o presidente e elege outra executiva. Mas é a executiva que deve fazer isso, não eu.

Mas o sr. vai tomar alguma posição?

Vamos decidir nesta segunda-feira. Já tentamos muito, para saber se os dois lados fazem acordo. Está ficando difícil. Eu vou tomar providência, vamos colocar em votação e quem ganhar, ganhou. O que a executiva decidir vou acatar, porque presidente nem pode votar, só vota para desempate. A executiva estadual vai decidir o que vamos aprovar, se a executiva (municipal) que veio do Zuzinha ou a que veio de Lepique, Zé Aníbal, ou dissolver as duas. Mas é a executiva que vai resolver esses problemas.

O presidente continua sendo Mario Covas Neto?

Vai continuar o Zuzinha. Foi eleito, a eleição foi correta. A polêmica é a eleição da executiva, não a de presidente.

São dois grupos em disputa, do José Aníbal e de Covas Neto…

Isso. A briga é para ser candidato a prefeito de São Paulo, não para presidente do partido ou da executiva.

Essa disputa não está prejudicando a definição do candidato?

Acho que toda disputa é saudável. Agora estava com o governador e disser para ele pedir ao primo dele, especialista em direito eleitoral (José Eduardo Rangel de Alckmin), se podemos não fazer a prévia, mas fazer primárias, como nos Estados Unidos. Para participar o eleitor, não só (os membros do) partido. Porque filiados são minoria da minoria. Precisava consultar a população, se legalmente puder fazer primárias.

O nome de Andrea Matarazzo é o mais comentado como possível candidato à prefeitura. Que outros nomes podem se viabilizar?

Tem Zé Aníbal, Bruno Covas, Fernando Capez, que agora colocou o nome dele, Coronel Telhada. Como presidente, acho que qualquer filiado tem direito. Nos locais onde tiver mais que um candidato, vai ter prévia.

A divisão que acontece no diretório não está atrasando uma definição rápida e o fortalecimento de uma candidatura?

Não. Mas se depender de mim, não pode passar o fim do ano sem definirmos quem será candidato, porque deixar para a reta final, como na última eleição, em junho, na prévia, é muito tarde. Precisamos comunicar quem será nosso candidato, correr atrás de coligações com outros partidos, enfim, estratégias partidárias não são fáceis para eleição de prefeito de São Paulo.


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