Política
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16 de outubro de 2014
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22:16

Sartori recebe apoio do PP e fala em identificação entre “pessoas de bem”

Por
Sul 21
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Sartori recebe apoio do PP e fala em identificação entre “pessoas de bem”
Sartori recebe apoio do PP e fala em identificação entre “pessoas de bem”
Sartori definiu o gesto do PP de "natural e espontâneo" l Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sartori definiu o gesto do PP de “natural e espontâneo” l Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Caio Venâncio

Na tarde desta quinta-feira (16), no diretório estadual do Partido Progressista (PP), líderes da sigla declararam que, no segundo turno, a “esperança” representada pela candidatura de Ana Amélia Lemos (PP) tem lado: seu partido é o Rio Grande, estão com José Ivo Sartori (PMDB). O ato era classificado por alguns como “histórico” por reunir os dois maiores partidos do estado. Diferentes discursos garantiam que a aliança foi programática, em torno de ideias, sem qualquer aceno com cargos ou benesses. Na ocasião, inclusive, a senadora gaúcha entregou ao candidato do PMDB seu programa de governo.

Presidente estadual do PP, Celso Bernardi conta que o partido recebeu de braços abertos a ideia de apoiar Sartori. Ao lado de figuras como Darcísio Perondi (PMDB), Cassiá Carpes (SDD), Edson Brum (PMDB), Miki Breier (PSB), Frederico Antunes (PP), entre outros, Bernardi lembrou que nos oito anos em que o atual candidato foi prefeito de Caxias do Sul o PP esteve em seu governo.

Entusiasmando os presentes no recinto, o progressista afirmou que é preciso acabar com os “desgovernos” que estão no poder no Rio Grande do Sul e no Brasil. “Eles (PT) não aprenderam nada, continuam os mesmos”, sustentou. Para ele, adeptos da sigla devem se posicionar com coerência, contribuindo para que Sartori seja o próximo governador do estado, alguém que, conforme Bernardi, defende o cidadão e a família. “No dia 26 de outubro, os progressistas vão poder dizer ‘eu ajudei o Rio Grande. Elegi Sartori e Cairoli (PSD)’. Vamos votar no 15, daí já multiplica por três e dá 45, número do Aécio Neves (PSDB) pra presidente”, conclamou.

Terceira colocada no primeiro turno das eleições para o governo do estado, a senadora Ana Amélia Lemos, definida por Bernardi como “líder maior” do PP gaúcho, classificou o barulho dos trovões que adentrava na sala como um sinal de “celebração” de uma união daqueles que pretenderiam unir o Rio Grande do Sul em favor dos gaúchos. Ela se disse satisfeita por ter feito uma campanha limpa, sem ataques ou difamações, que indicou como estratégias petistas. “Quem não sabe fazer política age assim. Fizeram isso com a Marina Silva (PSB), comigo e agora com o Sartori. Mas ele vai ouvir os conselhos da mãe, não vai brigar com os outros”, afirmou.

Ana Amélia atribuiu o apoio de alguns prefeitos do PP a Tarso Genro como resultado de questões políticas locais l Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Ana Amélia atribuiu o apoio de alguns prefeitos do PP a Tarso Genro como resultado de questões políticas locais | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Questionada sobre os prefeitos do PP que declararam apoio a Tarso Genro (PT) em evento recente que reuniu mais de 200 chefes de executivos municipais, Ana Amélia lembrou de peculiaridades regionais. “Nas pequenas cidades, muitas vezes questões até mesmo pessoais impedem que antigos adversários estejam lado a lado. Não posso cobrar isso dos meus correligionários”, argumentou. E completou: “Não discuto o clientelismo de quem só faz algo pelos municípios do interior quando estamos próximos das eleições”, acusou.

Grande estrela do ato, Sartori elogiou Ana Amélia, que com sua participação no pleito teria engrandecido as eleições. Agora, seria o momento da união em prol de um Estado mais eficiente, competitivo e a serviço dos empreendedores. “As pessoas de bem se identificam. É uma atitude até mesmo patriótica. Este foi um gesto engrandecido do PP”, classificou o ex-prefeito de Caxias do Sul, que reforçou que as divergências de décadas atrás, que remontam à ditadura militar, quando os progressistas estavam com o Arena, partido de sustentação ao regime, e os peemedebistas com o MDB, sigla da oposição, estariam superadas.

Sartori indicou que vai manter sua linha atual, mas não deixará ataques sem resposta l Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Sartori indicou que vai manter sua linha atual, mas não deixará ataques sem resposta | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Sartori continuou tecendo comentários positivos sobre a postura do PP de apoiá-lo sem pedir cargos em troca. “Foi um sinal público espontâneo, natural. Ainda vai chegar o dia em que faremos política por programas, por projetos”, estimou. Em meio ao segundo turno, José Ivo sinalizou que manterá seu estilo, mas não deixará polêmicas sem resposta. “Não dá para olhar só para o retrovisor. Respeito todos os governadores que foram eleitos aqui no estado e manteremos o que há de bom até mesmo do governo atual”, afirmou.

Diante da questão da dívida pública do estado, tema amplamente debatido na campanha, o candidato indicou que, se eleito, vai se esforçar para renegociá-la, ambicionando a construção de um novo pacto federativo que valorize estados e municípios. Sartori também defendeu o voto em Aécio Neves (PSDB). Quando perguntado pela reportagem do Sul21 se o apoio do PP poderia acirrar a polarização ideológica com Tarso, Sartori deu de ombros e não respondeu.


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