Jaqueline Silveira*
A coligação “O Novo Caminho para o Rio Grande”, encabeçada por candidato José Ivo Sartori (PMDB), deverá manter a aliança em solo gaúcho com o PSB, que confirmará, na quarta-feira (20), a vice Marina Silva como candidata a presidente da República, em substituição ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto na queda de um avião no dia 13 de agosto.
Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (18) pela assessoria de sua campanha, Sartori confirmou apoio à proposta que era liderada por Campos. “Seguimos apoiando o projeto, que permanece o mesmo e foi avalizado em convenção regional, e também acatado pelos partidos coligados. Nunca se tratou de apoio a uma pessoa, e sim a um projeto político”, argumentou o peemedebista, em um trecho da nota.
No entanto, o concorrente ao Piratini prefere esperar a decisão do PSB e dos partidos aliados em nível nacional para se manifestar de forma mais ampla sobre o apoio, bem como em relação à possível troca no nome do candidato ao Senado de sua aliança. O deputado federal Beto Albuquerque (PSB) é cogitado para ser vice de Marina. Se a escolha foi confirmada, Beto renunciará à disputa ao Senado. “Ninguém está autorizado a falar por mim. Não vou travar discussões pela imprensa”, disparou Sartori, referindo-se a “articulações extrapartidárias” que, segundo ele, “seriam atribuídas às candidaturas da coligação.”
Na mesma linha do candidato, o coordenador geral da campanha de Sartori, Sebastião Melo (PMDB) disse que será respeitada a decisão tomada pela executiva nacional do PSB. “Coligamos por uma agenda pelo Brasil. É claro que o Eduardo Campos era uma figura carismática, um belo gestor. Seria uma baita incoerência nossa, não há razão para mudar já que as propostas continuam as mesmas, os mesmos ideais”, justificou Melo.
Contudo, frisou o coordenador, uma manifestação oficial da coligação só sairá em uma reunião com os partidos aliados no Estado, depois de formalizada a escolha de Marina Silva como candidata a presidente. A mesma posição serve quanto à definição ao Senado, caso Beto seja o escolhido para vice na chapa da ex-senadora. Independentemente de uma discussão com os aliados, Melo fez questão de adiantar que “a coligação é maior que os partidos”.
Resistência
Mas o apoio do PMDB gaúcho a Marina deverá encontrar alguma resistência. O deputado Alceu Moreira (PMDB), por exemplo, admitiu que “teria uma dificuldade imensa” em apoiar a ex-senadora pelas causas com as quais se identifica como o agronegócio. Contudo, disse que “é homem de partido” e que irá conversar com Sartori e Beto, acrescentando que a “decisão é de um conjunto e não de uma pessoa”. “Ainda não tenho uma resposta”, concluiu Moreira, sobre o possível apoio a Marina.
Beto vem ao Estado gravar programa ao Senado
Cogitado para ser vice de Marina, Beto informou, por meio de sua assessoria, que só se manifestará depois da decisão oficial na quarta-feira, uma vez que, por enquanto, são só “especulações”. Já em seu twitter, o socialista declarou que sobre as cogitações de ser vice “quero dizer que as decisões cabem a direção do PSB.O q for será!”.
A assessoria do socialista confirmou que ele vem hoje à noite para o Estado com o fim de gravar a propaganda eleitoral ao Senado. Depois, viajará para Brasília onde ocorrerá a reunião da executiva nacional do PSB na quarta.
