Da Redação *
A confecção e distribuição de cartazes apócrifos pela empresa de informática Multilaser, com conteúdo anti-petista, distribuídos no jogo de abertura da Copa do Mundo, serão investigadas pelo Ministério Público Federal e a Polícia Civil de São Paulo. Reportagem do jornal O Estado de São Paulo revelou que a encomenda do material custou R$ 15 mil à empresa, conforme a Intergraf, responsável pela impressão.
O trabalho do MPF e da Polícia Civil de São Paulo será o de investigar suposto crime de difamação de partido político, cuja pena vai de seis meses a 2 anos de detenção mais multa. As investigações foram motivadas por representações da direção nacional do PT.
No dia da abertura do evento, foram distribuídos 20 mil cartazes de 60 X 70 cm com frases como: “Na hora do Hino Nacional abra este cartaz e mostre para todos que está na hora do Brasil (sic) vencer de verdade”. No interior, os cartazes traziam uma bandeira do Brasil estilizada com as frases “Fora incomPTentes” ou “Fora corruPTos” e a estrela-símbolo do PT. Também no texto contido no verso havia acusações ao partido e ao governo, sem referência à autoria. Na cerimônia de abertura da Copa, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada e xingada, em episódio com grande repercussão nas redes sociais e na imprensa internacional.
A presidente reagiu por meio de mensagens nem seu twitter. “Na minha vida pessoal enfrentei situações do mais alto grau de dificuldade. Situações que chegaram ao limite físico. Eu suportei não foram agressões verbais, mas agressões físicas. E nada me tirou do meu rumo. Nada me tirou dos meus compromissos nem do caminho que tracei pra mim mesma”, afirmou. O episódio também abriu debate sobre o perfil do público que teria promovido a vaia, dados os preços dos ingressos para o jogo de abertura entre Brasil e Croácia.
Segundo o jornal paulista, os sócios da Multilaser, Renato Feder e Alexandre Ostrowiecki, são responsáveis pelo Ranking Políticos, site cujo propósito é ajudar os eleitores a escolherem candidatos a cargos legislativos, a partir de critérios de pontuação, entre eles a posição do voto em projetos que aumentam impostos.
Na entrevista concedida ao Estadão, o sócio da Multilaser alega desconhecimento acerca da autoria dos cartazes. Por e-mail, a assessoria da Multilaser informou que a encomenda dos cartazes foi “uma iniciativa isolada”, sem identificar responsabilidade.
A reportagem revelou também que desde 2003 a Multilaser recebeu pelo menos R$ 15 milhões da União, segundo o Portal da Transparência. No ano passado a empresa firmou contratos de R$ 1,8 milhão com a Fundação Padre Anchieta, do governo de São Paulo.
* Com informações do site GGN
