Política
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23 de agosto de 2014
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04:28

Estacionamento do Gigantinho fica lotado no comício de Dilma e Tarso

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
Por Ramiro Furquim/Sul21
Militantes lotaram espaço do estacionamento ao lado do Gigantinho, organização estima público de 15 mil pessoas|Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Jaqueline Silveira

O estacionamento do Gigantinho foi tomado, na noite de sexta-feira (22), por milhares de militantes com bandeiras vermelhas e  de diferentes cores dos partidos que integram a coligação Unidade Popular pelo Rio Grande, no comício dos candidatos à reeleição à presidência da República, Dilma Rousseff (PT), e ao governo do Estado, Tarso Genro (PT). Além da concorrente à vice no Estado Abgail Pereira (PC do B) e do representante ao Senado Olívio Dutra (PT,também estiveram presentes o presidente nacional do PT, Rui Falcão, os ministros de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, e da Igualdade Racial, Luiza Bairros.

Antes do ato político começar foram apresentados os candidatos a deputado federal e estadual da coligação, exibidos vídeos das realizações do governo Dilma, projetadas fotos antigas de Dilma, Tarso e Olívio e slogans sobre a estrutura do Gigantinho, que abrigava nas laterais do estacionamento tendas de concorrentes à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados. Também foram veiculados jingles da campanha dois dos candidatos petistas.

Presidentes abriram manifestações

Chamado pelos organizadores de “comício colaborativo”, que foi transmitido pela internet, o ato foi aberto pelos presidentes das siglas que integram a Unidade Popular pelo Rio grande. Presidente estadual do PROS, Caleb de Oliveira disse que “vale a pena” apoiar o governo da presidente Dilma, que tirou 50 milhões de brasileiros da miséria, e da gestão de Tarso que, segundo ele, “tirou o Estado do marasmo” e fez com que o Rio Grande do Sul “voltasse a crescer”. Já Mari Perusso, presidente do PPL, enumerou realizações da administração petista gaúcha, enfatizando o crescimento do Estado “três vezes mais do que o Brasil”. “E nós temos condições de continuar mudando”, acrescentou ela, conclamando a militância a intensificar o trabalho as ruas até o dia da eleição.

Presidente estadual do PCdoB, a deputada federal Manuela D’Ávila pregou que as mudanças são construídas quando se tem “um lado” e defendeu a continuidade dos dois projetos petistas. “Vocês são Tarso, vocês são Dilma, vocês são as mudanças que querem continuar”, discursou ela, dirigindo-se ao público. Já o presidente estadual do PTB, Luiz Carlos Busatto, ressaltou que o partido está aliado aos dois governos em prol da “continuidade do maior programa de desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do maior programa de inclusão social do mundo”, referindo-se às políticas implantadas por Tarso e Dilma, respectivamente.

Críticas a governos anteriores

A manifestação dos dirigentes partidários foi encerrada por Ary Vanazzi, comandante estadual do PT. Entre os presidentes das siglas, partiu dele as críticas aos adversários. “O PSDB entregou o país para o FMI (Fundo Monetário Internacional), sucatearam o Brasil, Lula (ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e Dilma estão recuperando a dignidade do povo brasileiro”, disparou ele. Em relação ao Rio Grande do Sul, o petista afirmou que o Estado foi “sucateado” pelo governo Antônio Britto (PMDB) e “vendido” pela ex-governadora Yeda Crusius (PSDB). “É uma luta difícil, é uma luta dura. Mas nós vamos mostrar para o Rio Grande que o Rio Grande mudou, que o Brasil mudou”, finalizou, compartilhando essa tarefa com a militância.

Por volta das 19h40min, Dilma, Tarso, Olívio e Abgail entraram no palco ao som dos jingles de campanha, seguido de um coro de “olê, olê, olá, Tarso, Dilmaaa!”. Enquanto a presidente cumprimentava candidatos a deputados e fazia selfies, Abgail pegou o microfone para sua manifestação. A concorrente à vice-governadora disse que “Dilma é uma mãe para o Rio Grande do Sul” pelos investimentos realizados no Estado, citando como exemplo o hospital do bairro Restinga, em Porto Alegre, e a Rodovia do Parque. Ela destacou, ainda, que o Estado está “de mãos dadas” com o governo federal e que, assim que terminar a eleição, será votado o projeto, que está no Congresso, da renegociação da dívida, acrescentando que Dilma já acertou essa questão com os Estados. “Isso dará condições de o Estado continuar crescendo”, completou Abgail. Sem citar nomes, ela fez uma menção a principal adversária de Tarso ao governo, Ana Amélia Lemos (PP), ao falar em esperança, palavra-chave da campanha da progressista. “Esperança é com Dilma e no horário eleitoral, vamos poder mostrar todos os dias o que fizemos e podemos fazer”, ressaltou a comunista.

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Olívio destacou políticas sociais da União e do governo do RS|Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Olívio defendeu a continuidade dos dois projetos

Em seguida foi a vez de Olívio se pronunciar. Anunciado ao som do seu jingle, o ex-governador comentou que o comício significava “um ato afirmativo que está fazendo bem para o Brasil e para o Rio Grande”. Ele afirmou que Dilma “tem feito o Brasil crescer não só economicamente, mas socialmente”, ao mesmo tempo em que disse que é preciso “avançar mais esse projeto”, principalmente para retirar mais 17 milhões de brasileiros da miséria. Para concluir, reforçou a importância de reeleger tanto a presidente quanto o governador pela continuidade dos dois projetos. “É tarso aqui, e Dilma lá”, concluiu, sob aplausos.

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Governador destacou investimentos feitos no estado, em parceria com o governo federal|Foto:Ramiro Furquim/Sul21

Tarso destaca parceria com governo federal

Sob gritos de “Tarso, Tarso” e em meio ao jingle da campanha, o governador começou o discurso, comentando que a coligação gostaria de fazer o comício no Gigantinho, mas que não foi possível pelo número de pessoas, que segundo os organizadores foi de 15 mil. Depois, disse que quando assumiu, em 2011, “o Estado estava paralisado, acabrunhado, entregue a uma elite conservadora que não conseguiu conversar nem com os aliados”, e que o “alinhamento” com o governo federal contribuiu para tirar o Rio Grande do Sul da “pasmaceira”. “Aqui no Rio Grande tem governo de mãos dadas com o Brasil. Aquele Rio Grande não vai voltar”, afirmou o petista.

O governador, então, destacou investimentos realizados no Estado com o apoio do governo federal, como programa de Microcrédito e de formação profissional (Pronatec) e obras de infraestrutura. Ele também fez uma referência à negociação da dívida com a União que, segundo ele, irá tirar o “Estado do maior sufoco que foi colocado”. “Aqui pulsa toda a representação do povo gaúcho que não aceita mais a visão neoliberal do Estado mínimo”, enfatizou Tarso, referindo-se aos militantes. Ao finalizar, convidou os participantes a fazer um pacto. “Vamos celebrar esse momento com um pacto de afeto, responsabilidade e de mobilização para colocar o Rio Grande onde ele merece, e eleger a chapa que tirou o Estado do marasmo”, concluiu o governador.

Depoimentos são exibidos     

Antes da manifestação de Dilma foram exibidos depoimentos de duas eleitoras, uma de Charqueadas e outra de Nova Hamburgo, ambas as cidades da Região Metropolitana, que foram contempladas com o Pronatec e com o acesso ao Ensino Superior. As duas – Lúcia Rodrigues e Débora Tolotti – falaram sobre as mudanças ocorridas depois que foram beneficiadas com as políticas implantadas no Estado em parceria com o governo federal. No depoimento, as duas comentavam que gostariam de ter oportunidade de agradecer pessoalmente à Dilma e a Tarso. Logo depois, as duas foram chamadas ao palco e trocaram abraços com os candidatos.

Com as duas eleitoras ainda no palco e antecedida por um coro gritando “1, 2, 3, 4, 5 mil, é Tarso no Rio Grande e a Dilma no Brasil”, a presidente pegou o microfone para fazer o discurso de encerramento do comício. Primeiro, se dirigiu às duas beneficiadas pelas políticas do governo e expressou sua satisfação em saber que vida delas melhorou. “Elas representam tudo aquilo que nós lutamos”, completou. Logo depois, a petista fez um elogio à militância presente, que a chamou “de povo guerreiro que não foge da luta”. Também elogiou Tarso pela sua “dedicação e obstinação” na luta por políticas voltadas aos que mais precisam, e Olívio, a quem chamou de “querido ex-governador”, do qual foi secretária. “Eu trago Olívio no coração”, disse, acompanhando o coro que puxou os gritos de “Olívio, Olívio”. Dilma também não se esqueceu da vice Abgail, afirmando “ser uma dessas mulheres que honram o país”.

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“Aqui estão os que acreditam no Brasil”, discursou Dilma Rousseff|Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Presidente destaca diferenças dos tucanos

Em seguida, a presidente disse que queria fazer uma pergunta: “Que palanque é esse e que comício é esse”? Foi a brecha da candidata para entrar nas realizações do seu governo. “Nós somos aqueles que lutaram para que esse país tivesse crescimento. Nós somos aqueles que fizemos o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, o Pronatec, o Prouni…”, respondeu ela mesma. E aproveitou para marcar as diferenças de gestão em relação aos adversários tucanos, embora não tenha citado nomes. “Os arrochadores de salários não estão aqui, estão em outros lugares. Aqueles que se ajoelharam e quebraram o país, não estão aqui. Aqui, estão os que acreditam no Brasil, aqueles que tinham certeza que nós faríamos a Copa das Copas”, cutucou a presidente. Nesse momento, veio uma reação da plateia que gritou “1, 2, 3, Copa outra vez”.

Ao retomar o discurso seguiu no mesmo tom. “Os pessimistas não têm lugar. Aqui estão aqueles que acreditam no Brasil e acreditarão no Brasil. Nós somos aqueles que têm fé no Rio Grande, o Rio Grande está diferente do passado”, afirmou Dilma, numa referência às mudanças ocorridas depois que Tarso assumiu o governo. A presidente explicou, ainda, o motivo pelo qual quer se reeleger e também desejar a vitória novamente de Tarso.

“Estamos querendo a reeleição porque que quero estar aqui em 2017, quando a gente inaugurar a ponte do Rio Guaíba. Quero estar aqui quando completarmos a Rodovia do Parque, fazendo o trecho Sapucaia e Estância Velha”, justificou ela, enumerando outras futuras obras, como a conclusão da Ferrovia Norte e Sul e novas formaturas do Pronatec no Rio Grande do Sul, que, segunda ela, “fez bonito” ao ser responsável por 500 mil matrículas de trabalhadores. Assim que listou as obras, a petista foi interrompida novamente pelos gritos da plateia: “Dilma guerreira, mulher brasileira”.

Dilma elogia Tarso e cutuca adversários

Depois de citar suas realizações e obras futuras, Dilma dedicou parte da manifestação para elogiar o governo Tarso, afirmando que o petista “teve grande mérito” ao criar condições de investimento no Estado. Sem citar nomes, ela aproveitou o momento para cutucar os adversários, afirmando que ela e que todos ali sabiam quem eram os responsáveis pela situação: “Eu estou que nem o Lula, não falo no nome de adversário, nem morta! Vocês sabem quem enterrou o Estado.” Ela disse, ainda, que a parceria com o governo federal vai contribuir “não só para mudar o Rio Grande, mas para mudar o Brasil”. “Se o Rio Grande vai vem, o Brasil vai bem”, completou a presidente. Para concluir, Dilma afirmou que se, na eleição de Lula “a esperança venceu o medo”, este pleito vencerá “o pessimismo, a desinformação e a inverdade”. “Nós temos o que mostrar, nós podemos afirmar porque nós fizemos, nós somos capazes de fazer mais. Onde não tá bom, vai mudar”, prometeu Dilma.

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