Política
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2 de agosto de 2014
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22:56

Amanda adiou o sonho de disputar uma eleição

Por
Sul 21
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Com 19 anos, Amanda Dutra não pode concorrer a deputada federal por causa da idade. Ela chegou a confeccionar o tradicional santinho |Reprodução
Com santinho pronto,  estudante foi impedida pelo TRE de concorrer   por causa da idade |Reprodução

Jaqueline Silveira

A estudante de Biologia Amanda Dutra, 19 anos, se preparou para disputar uma vaga à deputada federal pelo PCdoB nas eleições de 5 de outubro. Para isso, fez a inscrição no CNPJ e abriu conta bancária, exigências impostas pela legislação eleitoral. Também mandou fazer os tradicionais santinhos e deu a largada à campanha nas redes sociais e no corpo a corpo.

Mas no dia 28 de julho, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) barrou a candidatura de Amanda sob o argumento de que não tinha “condição de elegibilidade”, outra exigência da lei eleitoral. Isso porque a jovem tem 19 anos e a Constituição Federal estabelece a idade de 21 para concorrer tanto à Assembleia Legislativa quanto à Câmara dos Deputados. A partir dos 18 anos, é permitido somente a disputa a vereador.

“Fiquei um pouco chateada, eu não sabia que não poderia concorrer. Tem de ter coragem para concorrer à deputada federal. Estava animada, sabia que ganhar era difícil. Minha família estava me dando apoio, os meus amigos”, comentou Amanda, que desde os 16 anos milita na Unidade da Juventude Socialista (UJS). Ela disse que encaminhou ao partido a documentação para o pedido de registro no TRE, mas que o detalhe da idade acabou despercebido. “Infelizmente houve um erro”, acrescentou.

Na opinião de Amanda, que mora em Tramandaí e estuda na Uniasselvi de Capão da Canoa, cidades do Litoral Norte, a legislação eleitoral deveria permitir que jovens com 18 anos disputassem vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, já que há incentivo para fazerem o título aos 16 anos, idade que ela começou a votar, estimulada, principalmente pelo pai.

Projeto agora é 2016

Mas a impossibilidade de concorrer ao primeiro cargo eletivo não tirou o ânimo da estudante. Também militante do movimento estudantil, Amanda só adiou o sonho. Em 2016, planeja concorrer à vereadora em Tramandaí. “Eu sou daquelas de parar de reclamar e agir”, afirma Amanda, que participou de dois congressos da UJS, um na Bahia, em 2010, e outro no Rio de Janeiro, em 2011. No momento se contentará em ir para a campanha para ajudar os companheiros, aguardando a vez de pedir o voto em causa própria.


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