Política
|
15 de julho de 2014
|
01:29

Movimentos sociais apresentam reivindicações na reunião do Brics

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
Movimentos sociais apresentam reivindicações na reunião do Brics
Movimentos sociais apresentam reivindicações na reunião do Brics
ministro do desenvolvimento brics marcelo camargo agencia brasil
Ministro do Desenvolvimento concede entrevista na 6ª Cúpula do Brics| Foto> Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mariana Tokarnia e Helena Martins
Agência Brasil

A Copa ajudou a dar visibilidade e a promover a unidade de movimentos em torno de pautas conjuntas. “Mesmo que não tenhamos conseguido a mobilização que imaginávamos, tivemos visibilidade. O [movimento] repercutiu na mídia nacional e internacional”, diz a coordenadora-geral do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs), Sandra Quintela, que integra o Comitê Popular da Copa no Rio de Janeiro.

Com o fim da Copa do Mundo ontem (13), a agenda de lutas continua. É o que espera Jussara Bastos, integrante da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de São Paulo. “As pautas da classe trabalhadora nunca terminam. Se se avança na questão habitacional, a conquista abre um leque para outras questões que envolvem a qualidade de vida”, afirma.

O MTST foi um dos que teve mais reivindicações atendidas no período, conseguindo, inclusive, firmar acordo com o governo federal. “Fomos para a rua com pautas muito claras e específicas, e sabendo de quem cobrar”, disse Jussara. A expectativa é que mais ocupações ocorram no próximo período, fortalecendo a luta por moradia.

Em Fortaleza, o MTST ocupa, desde o dia 5 deste mês, um terreno no bairro Paupina. Cerca de 2 mil famílias participam da ocupação, segundo o movimento, que reivindica a construção de 2 mil unidades habitacionais pelo Programa Minha Casa, Minha Vida.

A capital cearense, que recebe a 6ª Conferência de Cúpula do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, também recebe seminário sobre o desenvolvimento do país, articulado por movimentos sociais. A programação inclui debates sobre respeito aos direitos humanos nos países envolvidos, desigualdades socioambientais e direitos das mulheres, dentre outros.

No encontro, o Comitê Popular da Copa, em conjunto com outras entidades, como a Rede Jubileu Sul Brasil, também lançará cartilha sobre os impactos da Copa. “Os temas estão relacionados. Vamos discutir o legado, os países que exploram, os gastos etc”, diz o integrante da Rede Jubileu Sul Brasil, Francisco Vladimir Lima da Silva.

No encerramento do encontro do Brics, em Brasília, haverá ato público para pedir asilo para o ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden, que denunciou ações de espionagem cibernética norte-americana. Ativistas entregarão uma carta ao governo brasileiro, na próxima quarta-feira (16), às 11h, no Ministro da Justiça, em apoio a Snowden.

“Estarão aqui [autoridades] para debater esse modelo de desenvolvimento que a gente condena. Vão discutir a criação de um banco para financiar justamente os megaprojetos e megaeventos”, diz o integrante do Comitê Popular da Copa no Distrito Federal, Thiago Ávila, para quem este é o momento de pautar o desenvolvimento “para poucos”.

As eleições também estão marcadas no calendário de atividades dos movimentos. “Agora que as lutas serão feitas mais fortemente, até o período eleitoral”, diz a integrante do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa em Belo Horizonte, Amanda Medeiros. Para ela, o que aconteceu na cidade onde mora foi um “Estado de exceção. Os atos foram duramente reprimidos”. Logo no início da Copa, o uso de máscaras foi proibido por lei estadual. “Vamos correr atrás das articulações, ver o que os candidatos vão fazer, pressionar o poder público”, acrescenta.

 


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora