Internacional
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6 de março de 2022
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12:00

Ucrânia anuncia terceira rodada de negociações para segunda-feira (7)

Foto: Agência Tass
Foto: Agência Tass

Do Brasil de Fato

A Ucrânia anunciou, neste sábado (5), uma terceira rodada de negociações com a Rússia para tentar colocar fim ao conflito com o país vizinho. Quem informou sobre a provável realização deste encontro foi o negociador ucraniano David Arakhamiya, em uma postagem nas redes sociais. Ele não trouxe mais detalhes.

A Rússia, por sua vez, até o momento não se manifestou sobre este encontro. Outros veículos internacionais também revelam que o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, colocou a reunião como uma exigência ucraniana, após encontro com o secretário de Estado dos EUA, Athony Blinken.

Caso se confirme esta agenda entre os dois países, será a terceira tentativa de construir uma trégua no conflito, que já dura dez dias. Segundo dados divulgados pela Organização da Nações Unidades (ONU), o conflito já deixou, até sexta-feira (4), 351 civis mortos e 701 feridos. Aproximadamente, 1,2 milhão de pessoas fugiram da Ucrânia por causa da guerra.

Neste sábado, autoridades locais ucranianas acusaram a Rússia de não respeitar o cessar-fogo parcial combinado, que teria duração de cinco horas. A pausa no conflito nesta região do país havia sido acordada em reunião na última quinta-feira (3).

As cidades Mariupol e Volnovakha cancelaram a evacuação dos civis por um corredor humanitário, denunciando a permanência dos bombardeios.

Por sua vez, autoridades russas declararam  que as forças ucranianas estavam se aproveitando da trégua para se reposicionar e estavam efetuando ataques contra militares da Rússia. Após a falta de consenso sobre o cessar-fogo, as forças russas retomaram os ataques contra Mariupol.

O presidente Vladimir Putin disse neste sábado (5) que as sanções ocidentais à Rússia funcionam como um ataque de guerra e alertou que a adesão da Ucrânia à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) coloca o mundo em risco.

“Começaram a falar mais ativamente sobre a Ucrânia ser aceita na Otan. Vocês entendem ao que poderia levar isso? E pode levar ainda agora? Se é membro da Otan, então, em conformidade com o tratado fundador desta organização, todos os outros membros da Aliança devem apoiar esse país em caso de um conflito militar”, declarou o presidente.

Putin também voltou a falar da natureza da operação militar no país vizinho e alertou que qualquer introdução de zona de exclusão aérea na Ucrânia por qualquer país “será considerado por nós como participação do conflito armado pelo país a partir de cujo território fossem criadas ameaças para nossos militares”, completou o presidente russo.

A companhia aérea russa Aeroflot anunciou que suspenderá os voos internacionais a partir do dia 8 de Março, em reação às sanções ocidentais. Apenas a Bielorússia fica de fora desta suspensão das atividades.

Pelo lado ucraniano, neste sábado o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba concedeu uma entrevista. A autoridade pediu aos países da comunidade internacional que continuem aplicando sanções contra a Rússia, sobretudo econômicas.

“Pedimos uma nova rodada de sanções contra Rússia. Queremos todos os bancos os excluídos [do sistema internacional], é preciso interromper a compra de petróleo russo. O petróleo russo tem cheiro de sangue: o ucraniano. Vemos que muitas multinacionais saíram da Rússia, eu elogio essas decisões. Peço para que todas as empresas parem de investir na Rússia”, disse Kuleba

O presidente Volodimir Zelenskiy também se pronunciou no sábado. Zelenskiy agradeceu a mobilização da população local que está protestando e pediu que siga assim. “Eu admiro cada ucraniano e ucraniana que esta protestando contra o exército russo. (…) Quem pode defender a cidade, tem que continuar na luta. Se todo mundo sair, de quem vai ser a cidade”.

Este sábado (5) também foi marcado por manifestações em vários lugares do mundo contra a guerra. Chile, Israel, França, Estados Unidos, Letônia e Itália registraram atos.


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