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9 de setembro de 2022
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12:34

Briga política faz apoiador de Bolsonaro matar a facadas defensor de Lula

Por
Sul 21
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Assassinato aconteceu na zona rural de Confresa, cidade distante 1.160 km de Cuiabá. Foto: Reprodução/Facebook
Assassinato aconteceu na zona rural de Confresa, cidade distante 1.160 km de Cuiabá. Foto: Reprodução/Facebook

Mais um crime por motivação política acontece no Brasil faltando poucas semanas para o primeiro turno das eleições. Na zona rural de Confresa, cidade a 1.160 km de Cuiabá (MT), um homem identificado como Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, foi assassinado com golpes de faca e machado, após discutir com o autor do crime, Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos.

A vítima era apoiadora do ex-presidente e candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Oliveira é defensor do atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). O crime aconteceu em uma chácara em Agrovila, na noite de quarta-feira (7).

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Victor Oliveira, os dois homens trabalhavam juntos numa propriedade quando então começaram a brigar por causa de política. As informações são do G1.

Segundo a apuração da Polícia Civil, Benedito teria dado um soco no rosto de Oliveira e pegado uma faca na sequência. No entanto, o apoiador do presidente Bolsonaro conseguiu pegar a arma e começou a persegui-lo, desferindo golpes nas costas da vítima, que teria então caído no chão. Ainda de acordo com o delegado, foram cerca de 15 golpes, incluindo o rosto e o pescoço. Por fim, Oliveira buscou um machado num barracão e voltou para desferir um último golpe no pescoço da vítima.

Ferido, o autor do crime buscou socorro no hospital de Confresa na manhã de quinta-feira (8). Policiais presentes no local e que já sabiam da ocorrência de um homicídio na zona rural da cidade, suspeitaram de Oliveira e começaram a indagá-lo. Ao ser levado para a delegacia e prestar depoimento, ele confessou o crime e foi preso em flagrante por homicídio qualificado, motivo fútil e cruel e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.

Em julho, o petista Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos e pai de quatro filhos, foi morto a tiros durante sua festa de aniversário, em Foz do Iguaçu (PR), também por um apoiador de Bolsonaro, chamado Jorge José da Rocha Guaranho.

A prisão de Oliveira foi determinada pelo juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra Mendes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte. Em sua decisão, Mendes afirmou que “a intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos de barbárie”.

O magistrado destacou que a sociedade brasileira tem o Estado Democrático de Direito como base e que o pluralismo político é um dos seus princípios fundamentais. “Lado outro, verifica-se que a liberdade de manifestação do pensamento, seja ela político-partidária, religiosa, ou outra, é uma garantia fundamental irrenunciável.”

O juiz ainda defendeu a prisão de Oliveira como forma de manter a sociedade ciente do crime. “Por ora, estão presentes todos os requisitos para a custódia cautelar”, assegurou no despacho.


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