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13 de julho de 2022
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19:13

Engenharia do futuro: 15º Painéis da Engenharia eleva discussões sobre os rumos da profissão

Debates ocorreram no Auditório do Prédio 40 da PUCRS, (Fotos: João Alves)
Debates ocorreram no Auditório do Prédio 40 da PUCRS, (Fotos: João Alves)

Por SENGE-RS

Com a proposta de criar o palco ideal para pensar as possibilidades e agentes que formarão o futuro da Engenharia, o SENGE-RS realizou dia 23 de junho a 15ª edição dos Painéis da Engenharia. O evento levou centenas de profissionais e estudantes de Engenharia e demais interessados para o Auditório do Prédio 40 da PUCRS, onde palestrantes de renome apresentaram sua visão para o futuro da profissão.

A atividade foi o ápice de uma intensa programação elaborada para enaltecer os 80 anos de fundação do SENGE. “Para marcar os 80 anos de criação do Sindicato dos Engenheiros, pensamos em proporcionar um momento que pudesse refletir sobre os resultados alcançados ao longo de nossa história, mas que fosse além, que olhasse para o futuro, para a Engenharia do futuro, no contexto das rápidas transformações que estamos vivenciando, do avanço vertiginoso das tecnologias, das mudanças dos padrões de consumo, nos costumes e das múltiplas formas de trabalho que surgem novas a cada dia”, declarou o presidente do SENGE-RS, Cezar Henrique Ferreira, durante a abertura do evento.

Cezar Henrique Ferreira, presidente do SENGE-RS, na abertura do evento (Foto: João Alves)

Ao lembrar conquistas obtidas pelo esforço da entidade, como a criação de programas Engenheiro Empreendedor e SENGE Solidário, o presidente do SENGE também fala sobre otimismo: “As conquistas obtidas até aqui nos motivam e nos estimulam a acreditar num futuro melhor. Todo isso que estamos realizando neste momento de celebração dos 80 anos está alicerçado em um planejamento estratégico robusto, que define os processos de governança e uma gestão baseada na participação e na transparência.”

Ainda na abertura do evento, a engenheira agrônoma Andrea Brandani da Rocha, conselheira federal e representante do patrocinador do evento, CONFEA, cumprimentou todos os presentes salientando a pluralidade do Conselho, atualmente composto por 1,2 mi profissionais, de diversas categorias. Salientou ainda a importância da atuação do SENGE e da FNE na defesa dos profissionais, bem como da sinergia, união e pluralidade entre todas as entidades representativas da Engenharia. “Hoje, 23 de junho, Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. Na pandemia, muitos perderam seus postos de serviço, mas as engenheiras foram as primeiras a perderem seu trabalho. Por isso, a importância do fortalecimento do sindicato e das federações, entidades consideradas pelo CONFEA como elos importantes para a manutenção da dignidade dos profissionais e para mostrar a todos a importância das nossas categorias”, disse a conselheira.

Andrea Brandani da Rocha

O 1º vice-presidente do CREA-RS, o engenheiro Marco Aurélio Caminha Junior ressaltou a relevância de todas as entidades, cada uma na sua esfera, mas todas com um objetivo em comum: a defesa da sociedade e do profissional. “Estamos na casa do ensino, do conhecimento. É quando os estudantes começam a tomar conhecimento do Sistema, do Sindicato. É preciso saber que as entidades andam juntas para que a Engenharia não perca sua força”, disse.

Marco Aurélio Caminha Junior

“Um Sindicato combativo, sério e que nos orgulha em muito tê-lo em nossa federação”, manifestou o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro. “É uma satisfação lutarmos juntos por um sindicato cada vez mais presente. Hoje temos muitos jovens aqui presentes. Venham, se unam ao Sindicato dos Engenheiros do RS. Esse momento, de celebração dos 80 anos, demonstra que esse sindicato já realizou muito e vem fazendo um trabalho muito importante pela Engenharia brasileira”, frisou Murilo Pinheiro, destacando o momento difícil do sindicalismo e da sociedade civil, que precisa estar presente nas questões nacionais. “A Engenharia unida pode dar os rumos ao Brasil”, afirmou.

“É preciso aceitar a mudança”

Na sequência, as mudanças sociais, geracionais e tecnológicas que vêm sendo experimentadas desde a virada de século foram o tema da palestra do publicitário Dado Schneider. De forma bem-humorada e interativa, o professor e pesquisador trouxe dados sobre a sua observação a respeito do comportamento social e dos consumidores nos últimos anos que deverão impactar ainda mais as relações corporativas e também das marcas com seus consumidores.

Segundo Dado, a pandemia acelerou a necessidade de entender e aceitar o mundo como horizontal. “Somos humanos inéditos, porque estamos passando primeiro por esse processo de aceitação”, disse Dado. Neste cenário, o formato da comunicação se torna tão, ou ainda mais importante do que o seu conteúdo, bem como a necessidade de compreender e conciliar as diferenças entre os anseios geracionais, seja na família, dentro das empresas ou diante do mercado consumidor.

Por fim, destacou que o grande dilema será a aceleração da velocidade das mudanças em níveis praticamente impossíveis de serem acompanhados, tornando ainda mais importante uma postura de aprendizado contínuo e abertura às tecnologias emergentes.

Murilo Pinheiro, da Federação Nacional dos Engenheiros
Dado Schneider

A Engenharia do futuro

O evento prosseguiu com a apresentação do Painel Técnico Engenharia do Futuro, tema do evento. A atividade teve mediação do engenheiro e professor, Dr. Luís Humberto Villwock, atual assessor da Superintendência de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS – Tecnopuc e professor adjunto da Escola de Negócios da PUCRS.

A Engenharia do Futuro também foi tema de debate.

Abrindo as apresentações do painel, o estudante de Engenharia Luiz Fernando da Silva Borges falou sobre seus trabalhos de pesquisa que lhe renderam inúmeros reconhecimentos – entre os quais, o primeiro lugar na categoria de Engenharia Biomédica na Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF), a maior feira de ciências e Engenharia do mundo, realizada nos EUA.

Luiz Fernando da Silva Borges

Suas pesquisas se concentram na área de interface cérebro-máquina para estabelecer o envio de atividade cerebral para um programa de computador, que decodifica essa atividade para gerar uma resposta. “Em outras palavras, você consegue controlar a máquina com o pensamento”, explicou. A invenção possibilita que pessoas com membros amputados possam ter controle de membros artificiais de modo semelhante ao que ocorre com o membro natural, por meio de comandos do cérebro.

Na sequência, a programação do painel teve a apresentação da engenheira professora Ana Paula Etges, pesquisadora do Instituto de Avaliação de Tecnologias em Saúde CNPq (IATS) em projetos de gestão de saúde baseada em valor e métodos de análise econômica e de custos, pós-doutoranda no IATS, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da UFRGS, e professora adjunta da Escola Politécnica da PUCRS.

Ana Paula Etges

Por fim, o público prestigiou a apresentação feita pelo engenheiro e professor Marcelo Zuffo, profissional com relevante atuação em realidade virtual, redes neurais e computação gráfica. Profissional de educação e Ph.D. Engenharia Elétrica, ele coordena pesquisas em temas como Engenharia de meios interativos, saúde digital, computação de alto desempenho, realidade virtual, computação gráfica, e visualização.

Zuffo destacou o papel essencial que a Engenharia tem e ainda terá para solucionar os desafios futuros que a humanidade precisará enfrentar (citando a relação de objetivos sustentáveis da ONU) e para os quais a solução passará, obrigatoriamente, pela Engenharia.

Painel destacou papel que a Engenharia terá para enfrentar desafios do futuro da humanidade.

Encerrado o painel, a última etapa na programação do evento incluiu homenagens e a entrega do troféu Mérito SENGE para ex-presidentes, diretores e entidades de Engenharia, assim marcando com brilhantismo o fechamento das atividades da tarde, em clima de celebração pelos 80 anos do Sindicato dos Engenheiros no Rio Grande do Sul.

 


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