Para marcar o Dia da Consciência Negra, celebrado neste sábado (20), estudantes da rede pública de Porto Alegre rebatizam suas escolas com nomes de personalidades negras. Militantes, poetas e intelectuais negras e negros estão entre os escolhidos pelos jovens para o ato simbólico, executado na sexta-feira (19). A ação foi organizada por alunos em parceria com a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES).
O presidente da UBES, Alejandro Guerrero, diz que a intervenção partiu de uma inquietação dos estudantes. “A gente percebe que o que acontece no Rio Grande do Sul e no Brasil é um apagamento das pessoas negras que contribuíram no processo de formação social do nosso povo”. Segundo o jovem negro que preside a entidade, “disputar os símbolos também é uma forma de combater as opressões”. A intervenção pretende provocar a reflexão sobre o reconhecimento de figuras negras que foram referências na história, na arte e na luta contra o racismo e que dificilmente são homenageadas com seus nomes em escolas, ruas ou locais públicos.
Além de Marielle Franco, foram homenageados Oliveira Silveira, autor negro gaúcho fundador do Grupo Palmares e um dos responsáveis pela proposta de tornar 20 de novembro o dia da Consciência Negra, e Lélia Gonzalez, intelectual pioneira nas discussões sobre gênero e raça na América Latina.