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2 de setembro de 2021
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15:57

RS: Com pandemia, 2020 tem maior nº de mortes e menor de nascimentos desde 2000

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21

As mortes causadas pela covid-19 contribuíram para 2020 ser o ano com a taxa mais baixa de crescimento vegetativo da população do Rio Grande do Sul, ou seja, com o menor número de nascimentos e o maior de mortes registrados na série histórica iniciada no ano 2000.

No ano passado, foram 130,7 mil nascimentos registrados no Estado contra 92,7 mil mortes, o que resultou em um aumento de 38,1 mil habitantes, uma taxa de crescimento vegetativo de 0,33%. O patamar de 2020 é mais baixo do que o registrado em 2019 (0,40%) e em 2018 (0,45%), até então as mínimas históricas no RS.

“Ao longo dos últimos anos já havia uma tendência de redução do crescimento vegetativo, com diminuição dos nascimentos e aumento no número de óbitos, como consequência da redução da taxa de fecundidade e do envelhecimento da população. As mortes causadas pela covid-19 também contribuíram para o aumento de óbitos em 2020”, explica Pedro Zuanazzi, diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).

Os dados sobre o perfil dos habitantes do Estado estão no estudo “Estimativas populacionais por idade e sexo nos municípios do Rio Grande do Sul“, divulgado nesta quinta-feira (2). O material apresenta informações, em nível municipal, sobre o perfil da população por sexo, faixa etária e também pelo percentual de pessoas potencialmente ativas para atuação no mercado de trabalho.

As mulheres seguem sendo a maioria da população do RS, com 100 a cada 94,8 homens, o que representava 51,34% dos habitantes do Estado (5.864.503 em um total de 11.422.973) em 2020. Porém, por ocorrerem mais nascimentos de pessoas do sexo masculino, os homens são maioria até a faixa etária de 33 anos, quando as mulheres passam então a serem a porção mais representativa da população.

Entre os municípios com mais de 20 mil habitantes, Porto Alegre tem o maior percentual de mulheres (54,01%), seguido de Pelotas (53%) e Cruz Alta (52,93%), e os com percentual mais significativo de homens são Charqueadas (59,77%), São José do Norte (51,31%) e Portão (51,17%).

“Cidades que são centros de referência universitário, como Porto Alegre e Pelotas, tendem a atrair mais mulheres por migração, considerando que elas têm, em média, maior escolaridade que os homens. Quanto àquelas com maior percentual de homens, é importante destacar que o presídio masculino de Charqueadas acaba por contribuir para a primeira posição do município no ranking, tendo em vista que ele representa um percentual importante da população da cidade”, destaca Zuanazzi.

Apesar da pouca diferença em relação aos dados de 2019, o estudo mostra uma tendência contínua de envelhecimento da população residente no Estado, com taxas cada vez mais baixas de crescimento vegetativo e redução no número de jovens nas cidades.

Entre os municípios com mais de 20 mil habitantes, São Sepé (24,91%), Caçapava do Sul (23,52%) e São Lourenço do Sul (23,23%) lideram o ranking no quesito percentual da população com 60 anos ou mais, enquanto a média geral no Rio Grande do Sul é de 18,77%. Na faixa etária oposta, crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, Capão da Canoa (24,16%), Tramandaí (22,85%) e Alvorada (21,79%) mantiveram em 2020 as três primeiras posições obtidas na lista de 2019, frente à média de 18,17% do RS.


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