Da Redação
O Poder Judiciário iniciou nesta segunda-feira (15) a retomada de atividades presenciais, com servidores retornando a fóruns, cartórios e comarcas entre 13h e 19h em todas as regiões do Estado que estão sob as bandeiras amarela e laranja no modelo de distanciamento controlado para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
Contrárias à retomada no que consideram ser o “pior momento” da pandemia, entidades representativas dos servidores do Judiciário realizaram um protesto nesta segunda pedindo que o Tribunal de Justiça (TJ-RS) reconsidere a decisão em razão do aumento no número de casos de covid-19 no Rio Grande do Sul — quatro regiões migraram da bandeira laranja para a bandeira vermelha no último sábado (13) — e em Porto Alegre, onde o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) anunciou a retomada de restrições ao comércio e ao setor de serviços.
Segundo Emanuel Dall’Bello, diretor de Imprensa e Divulgação do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Sindjus), uma grande preocupação da categoria é com a possibilidade de abertura das instituições de Justiça ao público externo, prevista para o dia 29, com liberação do acesso a instituições do Judiciário para advogados, procuradores e defensores públicos.
“A nossa preocupação é que, no pior momento da crise no Estado, o Tribunal de Justiça resolveu retomar as atividades. Isso é muito preocupante, porque tem quatro regiões do Estado que já estão em bandeira vermelha”, diz, reconhecendo que a posição do TJ-RS é de que regiões sob bandeira vermelha não terão as atividades retomadas. “A nossa principal preocupação é começar abrir para os advogados e os demais, porque daqui a pouco vão abrir para o público em geral. E agora, nessa escalada de casos, é o pior cenário. Então, o objetivo da campanha é que eles reconsideram a decisão de reabertura no dia 29 e para que mantenham os servidores em teletrabalho, como a gente vinha fazendo até agora, até que haja uma decaída na curva do contágio”, complementa.
Apesar de a retomada presencial ser limitada até 30% dos servidores em cada órgão, Dall’Bello destaca que o primeiro dia de retorno das atividades já apresentou alguns problemas, como a formação de filas de servidores e de trabalhadores terceirizados no acesso aos Fórum Central II, onde o protesto foi realizado.
O ato desta segunda contou com a participação de representantes das direções do Sindjus, da Associação dos Oficiais de Justiça do Rio Grande do Sul (Abojeris) e da Associação dos Servidores da Justiça do RS (ASJ-RS). Além da manifestação, que contou com a apresentação de faixas e não teve a convocação da categorias devido à necessidade do distanciamento social, as entidades estão mobilizando os servidores para também pressionarem o TJ-RS por meios digitais a reconsiderar a decisão.
