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4 de janeiro de 2011
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00:49

Posse no Inter: Giovanni Luigi chega à presidência em clima de emoção

Por
Sul 21
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Foto-Jefferson-Bernardes - Site do SC Internacional
Vitorio Píffero e Giovanni Luigi antes da troca da guarda. Foto: Jefferson Bernardes (site do SC Internacional)

Milton Ribeiro

A posse do novo presidente do Inter ocorrida hoje (3), no Centro de Eventos do Beira-Rio, era para ser uma cerimônia tão emocionante quanto o monte de firulas realizadas pelos militares na troca da guarda real em frente ao Palácio de Buckingham. Porém, o recém empossado Giovanni Luigi deu um toque inesperado ao ato solene. Em seu discurso, ao referir-se à última década gloriosa do clube e a seus companheiros de direção, Luigi começou a chorar copiosamente, derretendo os mais empedernidos corações e inundando o Centro de Eventos do Inter de inesperada comoção. Mas vamos por partes.

Após a abertura dos trabalhos pelo Presidente do Conselho Deliberativo, Luiz Antonio Lopes, e da diplomação de 150 conselheiros, houve o aguardado momento da fala do presidente que se retirava, assim como do entrante.

O discurso de Píffero destacou os 100.000 sócios alcançados do ano do centenário do clube, falou na ISO 9001 — que foi obtida para todos os setores administrativos do clube — , na TV Inter, na RádioWeb, na Revista do Inter, na venda dos Eucaliptos, no Beira-Rio como sede da Copa de 2014. Falou até na Libertadores ganha este ano, mas nada disso mexeu com os duros corações colorados acostumados com Alecsandro. Quem faria isso falaria logo depois.

Em discurso lido, sem lugar para improvisações, Luigi fez um rápido resumo de sua vida no clube: entrou em 1990 na Comunicação Social, tornou-se conselheiro, passou à Administração, às Finanças e chegou ao futebol. Mais de 20 anos. Quando disse que “não havia título na primeira divisão que não tivéssemos conquistado”, descontrolou-se totalmente, perdeu a fala e começou a chorar. A plateia de colorados, todos loucos para derramar lágrimas nem tão furtivas, emocionou-se severamente. Quando, após um providencial copo d’água, as coisas pareciam ter voltado ao normal, Luigi leu um trecho onde elogiou afetuosamente seus companheiros de direção e referiu-se ao compromisso com as novas gerações… Foi o que bastou para nova sessão de lágrimas.

Desde que Fernando Carvalho chegou à presidência do clube, em 2002, seu grupo político passou a dominar o clube à base de contínuas saraivadas de vitórias dentro de campo. Carvalho dirigiu o clube entre 2002 e 2006 — ano da primeira conquista da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes da Fifa — , foi o Grande Eleitor de Vitorio Píffero, presidente de 2007 a 2010 — nova Libertadores — e a chapa de Giovanni Luigi nesta eleição chama-se simplesmente Fernando Carvalho. O maior dirigente da história do Inter não abandonou o clube em todos esses anos. Após a presidência, ele permaneceu no Departamento de Futebol, local onde prometeu ficar até julho de 2011.

Se o grupo de Carvalho é contestado na administração do clube e nas contratações de jogadores, algumas pra lá de estranhas, pouquíssimos contestam os resultados. Afinal, neste período, o Internacional conquistou duas Libertadores da América, um Mundial, uma Copa Sul-Americana e uma Recopa, títulos antes inéditos na vida do clube.

Pois hoje à noite, se não houve grande número de conselheiros, se tampouco compareceram muitos torcedores ou foram reveladas novidades, se era uma cerimônia protocolar e sonolenta (talvez ainda sob a inspiração do Mazembe), Giovanni Luigi, de 52 anos, um ex-jogador das categorias de base eleito com 77% dos votos, demonstrou como poucos sua paixão pelo clube.


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