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31 de janeiro de 2011
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01:25

Em Gre-Nal esvaziado, Grêmio leva a melhor: 2 a 1, de virada

Por
Sul 21
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Wesley Santos / Pressdigital / Grêmio.Net
Lins comemora gol da virada em Gre-Nal de Rivera | Foto: Wesley Santos / Pressdigital / Grêmio.Net

Igor Natusch

O Gre-Nal 384 acaba sendo histórico, por ser o primeiro a ser disputado fora do território brasileiro – mas, basicamente, só por isso. Em uma partida até movimentada, mas de baixa qualidade técnica, o Grêmio venceu o Internacional de virada, por 2 a 1, no estádio Atilio Paiva, de Rivera (URU). Guto abriu o placar para os colorados, aos 38mins do primeiro tempo, enquanto Bruno Collaço (13mins) e Lins (27mins) viraram o jogo, a favor do tricolor, na segunda etapa. Com o placar, o Grêmio segue invicto em 2011, além de abrir dois pontos de vantagem para o Inter – 11 contra 9 – o que pode ser decisivo na eventualidade de um Gre-Nal nas fases finais da Taça Piratini.

Infelizmente, todo o evento foi um verdadeira aula de como desvalorizar o mais importante clássico do futebol gaúcho. Agendado em um momento péssimo, quando o Grêmio está na pré-Libertadores e boa parte do plantel colorado ainda está em férias, acabou sendo disputado com times reservas pelo dois clubes. Os ingressos estavam tão caros que a FGF acabou sendo forçada, na última hora, a cortar os valores pela metade, para evitar um estádio completamente vazio. Com pouco destaque na mídia, a partida não foi transmitida pela TV aberta, o que fez com que o jogo ficasse ainda mais invisível, por assim dizer. Resultado: um Gre-Nal que, infelizmente, acabou não fazendo quase nenhuma diferença. Aos apreciadores do futebol, resta parabenizar a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) pelo objetivo alcançado.

No primeiro tempo da partida em si, a emoção ficou meio de lado. Embora postado em campo de forma um pouco mais ofensiva, o Grêmio optou por espelhar o 4-2-3-1 do adversário, o que resultou em duas equipes mais preocupadas em anular os esforços do adversário do que em criar situações de gol. As melhores chances eram gremistas, mas eram fruto muito mais de bobeadas do sistema defensivo colorado do que, exatamente, resultados de pressão ou mesmo de uma iniciativa mais forte. O gol, porém, acabou sendo do Internacional: Guto, em cobrança de escanteio, aproveitou a falha do sistema defensivo gremista, cabeceou bem e abriu o placar, aos 38mins da etapa inicial.

Do instante do gol até o final do primeiro tempo, o jogo foi todo do Inter. Aturdido, o Grêmio entrou na roda colorada, e por pouco o atual campeão da Libertadores não vai para o vestiário com um placar mais amplo a seu favor. Nos 15 minutos de intervalo, porém, o Grêmio se aprumou. Por telefone, o treinador Renato Portaluppi deu a ordem para Roger, que comandou o time em Rivera: era hora de abandonar o 4-2-3-1 e voltar para o 4-4-2 com meio em losango, usado em todas as outras partidas até então. Roger, aprendiz atento, aceitou a ideia. Vílson, que parecia mal fisicamente, saiu de campo para a entrada de Willian Magrão. E o Grêmio voltou do vestiário, de fato, mudado.

Mário Fernandes foi para a zaga, Maylson para a lateral direita, e ambos cresceram na partida. Mithyuê, como meia mais agudo, passou a distribuir a bola, municiando Diego Clementino e Wesley com muito mais frequência. O Internacional não conseguiu mais achar a marcação, e o goleiro Muriel acabou se tornando o grande nome da partida, com uma série de defesas de alto nível. O gol de falta de Bruno Collaço (um dos melhores em campo), logo aos 13mins da etapa final, não apenas consolidou a reação gremista, como foi um sinal claro de que a virada podia acontecer a qualquer momento. O Internacional tentou reagir, colocou Wagner Libano em campo, para tentar dar mais suporte ao bom meia Marquinhos – mas preferiu tirar Augusto, que vinha bem, ao invés de livrar-se dos inoperantes Natan e Ricardo Goulart. A punição, para o colorado, veio a galope: após chutão do goleiro gremista Marcelo Grohe, o já citado Natan abriu a padaria, mandou uma rosca açucarada e acabou acionando o recém-entrado Lins, que concluiu com liberdade para marcar o 2 a 1 final.

GRÊMIO (2) – Marcelo Grohe; Mário Fernandes, Vilson (Willian Magrão), Neuton e Bruno Collaço; Mateus Magro, Adilson, Maylson, Mithyuê (Lins) e Diego Clementino; Wesley (Denner). Técnico: Roger Machado
INTERNACIONAL (1) – Muriel; Daniel, Rodrigo Moledo, Ronaldo Alves e Massari; Juliano, Natan (Marinho), Augusto (Wagner Libano), Ricardo Goulart (Thiago Humberto) e Marquinhos; Guto. Técnico: Enderson Moreira.
Gols: Guto (Inter), aos 38mins do primeiro tempo; Bruno Collaço (Grêmio), aos 13mins, e Lins (Grêmio), aos 27mins do segundo tempo.
Cartões amarelos: Maylson e Marcelo Grohe (Grêmio).
Árbitro: Márcio Chagas da Silva. Auxiliares: Alexandre Kleiniche e José Eduardo Calza.


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