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9 de dezembro de 2010
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11:01

Independiente vence a Sul-Americana, beneficiando Grêmio e São José

Por
Sul 21
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Igor Natusch

Não deu para o Goiás. Apesar de ter feito um bom enfrentamento contra o Independiente (ARG), em plena Avellaneda, o time brasileiro titubeou no começo de jogo, não conseguiu definir a partida quando teve chance e acabou sendo vitimado por um 3 a 1 a favor do time argentino no tempo normal, que foi se arrastando prorrogação a dentro rumo a uma derrota de 5 a 3 nos pênaltis. Com isso, o Goiás ficou sem título continental e sem vaga na Libertadores, mantendo apenas o rebaixamento à Série B do Brasileirão como triste legado de 2010. E acabou presenteando um time que, por curiosa ironia, o próprio Goiás eliminou ainda na primeira fase da Sul-Americana: o Grêmio, que assegura a última vaga brasileira e disputará alegremente a pré-Libertadores no ano que vem.

O Independiente começou em cima do Goiás, tentando impor-se na base da pressão. Mas, se sobrava raça, faltava futebol. Tendo que se expor, precisando buscar um placar, as fragilidades — tantos ofensivas quanto defensivas — do time argentino ficaram escancaradas. O Goiás, por sua vez, se defendia com certa eficiência, buscando os contra-ataques. O primeiro gol dos Rojos (que, curiosamente, optaram por usar uniforme azul na partida decisiva) veio aos 19mins, muito mais por sorte do que por juízo. Matheu aparou bola alçada na área esmeraldina, chutou com muita força, e a defesaça de Harlei sobrou para Velazquez, livre, abrir o marcador.

De qualquer modo, tanto o Goiás não se apavorou que conseguiu rapidamente o empate, gol muito oportuno de Rafael Moura aos 22mins. Nesse momento, parecia que o time brasileiro teria equilíbrio e conquistaria o título inédito em sua história. Mas o Independiente, de alguma forma, marcou dois dos gols mais inusitados dos últimos tempos, no espaço de oito minutos, e consolidou o 3 a 1 que arrastava o jogo para a prorrogação. Os gols argentinos foram marcados pelo atacante Parra — o segundo deles, aliás, foi tão insólito que o jogador encontrava-se de bunda no chão quando chutou a gol, literalmente sentado no gramado do Estádio Libertadores de América.

Mas nem mesmo os intermináveis 25 minutos de intervalo foram suficientes para que a equipe argentina recuperasse o fôlego. Já nos primeiros movimentos da segunda etapa, ficou muito claro: o Independiente estava cansado. E o Goiás, com muito mais preparo que o adversário argentino, foi tomando as rédeas do jogo para si. Foram incontáveis chances para o time goiano — algumas delas anuladas pela arbitragem, outras defendidas de forma heróica por Navarro. O dono da casa murchou e praticamente sumiu em campo. Tão grave era o quadro que, no decorrer da prorrogação, só o time visitante dava sinais de que poderia fazer o gol do título — enquanto os jogadores do Independiente se arrastavam em campo, esbaforidos, enrolando as pernas em sete palmos de língua.

Mas o Goiás, valente e esforçada equipe que conseguiu enfrentar com firmeza um tradicional e perigoso adversário, foi incapaz de fazer o gol que garantiria a conquista inédita. Tentou muito, com insistência, mas não conseguiu. E acabou sendo punido no momento mais cruel, tendo que aguentar o sabor rançoso da derrota nos pênaltis. Todos os cobradores rojos — Maxi Velazquez, Parra, Gracian, Matheu e Tuzzio — converteram. Do lado esmeraldino, tivemos acertos de Rafael Tolói, Everton Santos e Rafael Moura. Mas Felipe acabou desperdiçando, chutando a bola ao pé da trave direita. Um final de difícil digestão para uma campanha que surpreendeu a todos – ainda que uma derrota que garantiu a presença do Grêmio na Libertadores 2011.

Embora seja a torcida brasileira mais feliz com o resultado da Copa Sul-Americana, o Grêmio não é o único a comemorar o título do Independiente. O Flamengo, que teve campanha muito ruim no Brasileirão, garantiu, com esse resultado, a participação na mesma Sul-Anericana em 2011. E até no RS tem outro time fazendo festa: é o São José, de Porto Alegre. Como o Grêmio vai para a Libertadores, não poderá disputar a Copa do Brasil — e a vaga sobra para o Zequinha, que terá a chance de disputar uma competição nacional de ponta em 2011.

INDEPENDIENTE (3-5) – Navarro, Tuzzio, Matheu, J. Velazquez e Lucas Mareque; Cabrera, Battion, Fredes (M. Velazquez) e Martinez (Gomez); Rodriguez (Gracian) e Parra. Técnico: Antonio Mohamed

GOIÁS (1-3) – Harlei, Rafael Toloi, Ernando e Marcão; Douglas (Everton Santos), Amaral, Carlos Alberto, Marcelo Costa e Wellington Saci; Otacílio Neto (Felipe) e Rafael Moura. Técnico: Arthur Neto

Gols: J. Velazquez, aos 19 minutos do primeiro tempo; Rafael Moura, aos 22; Parra, aos 26 e aos 34.

Cartões amarelos: Tuzzio, Matheu, Velazquez, Navarro (IND); Otacílio Neto e Rafael Moura (GOI)
Árbitro: Oscar Ruiz (COL). Assistentes: Abraham González (COL) e Humberto Clavijo (COL).


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