Luís Eduardo Gomes
O secretário municipal de Segurança de Porto Alegre, coronel Kleber Senisse, apresentou nesta terça-feira (4) à Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh) o planejamento para a área durante a gestão de Nelson Marchezan Jr. (PSDB). Senisse afirmou que a atuação da pasta e da Guarda Municipal terá cinco focos: gestão, inteligência, tecnologia da informação, integração e participação da comunidade. Além disso, afirmou que está trabalhando para que a GM tenha uma maior atuação na segurança pública e não apenas na segurança institucional, como funcionava nas gestões passadas.
Sobre a gestão, Senisse afirmou que, sob a sua administração, a secretaria unificou a Defesa Civil, o Centro Integrado de Comando da Cidade (CEIC) e a própria Guarda, que antes tinham gestões separadas. Segundo ele, a medida permite que os órgãos foquem em suas atividades fim e não percam tempo com atividades administrativas.
Também reiterou o que Marchezan já havia anunciado durante a campanha eleitoral do foco em tecnologia, afirmando que já foi colocado em testes o cercamento eletrônico da cidade, que tem o objetivo de monitorar as placas de todos os veículos que trafegam pela cidade e verificar, por exemplo, a circulação de carros roubados. Senisse disse que o programa começou com duas câmeras, já conta com 25 e que a ideia é que até o final do ano esteja completamente implementado. “Todos os crimes tem uma base motorizada. Vamos dar uma nova dimensão no combate a esse tipo de delito e acreditamos que vamos ver os indicadores caírem”, ponderou o secretário.
Outra medida será realizar o cercamento eletrônico dos cinco principais parques da cidade (já está em vigor na Redenção) e do Centro Histórico, em um quadrilátero que vai da Rodoviária à Caldas Junior e da Mauá à Duque de Caxias.
Ao mesmo tempo, defendeu maior integração dos sistemas de monitoramento por câmeras entre os diversos órgãos da Prefeitura e dos governos estadual e federal. Ele ponderou que, até o ano passado, as câmeras da EPTC eram utilizadas apenas para o monitoramento do trânsito, e agora passarão também a estar à disposição da guarda e das demais forças de segurança do Estado. Além disso, afirmou que Prefeitura e Estado estão trabalhando para dar acesso aos centros integrados de ambos. Com essas e outras medidas, Senisse diz que está trabalhando para que a Guarda tenha maior capacidade proatividade no combate de delitos.
Guarda Municipal
Questionado sobre o chamamento de cerca de 290 guardas municipais aprovados em concurso realizado no final de 2015 e homologado em junho do ano passado, Senisse afirmou que, neste ano, está realizando um processo de reestruturação da corporação e que apenas posteriormente será feita uma avaliação sobre a necessidade de aumento do efetivo. Esse processo passa, por exemplo, por unificar a administração da GM, que antes era separada entre a secretaria, DMAE, DMLU e Demhab. Disse, porém, que a falta de segurança não está apenas ligada a problemas de efetivo.
Na reunião da Cedecondh, ele foi cobrado sobre a nomeação por um grupo que representa os aprovados no concurso, que estavam paramentados com uma camiseta pedindo a convocação. A GM conta atualmente com um efetivo de 693 homens.
Ele ainda afirmou que a Secretaria de Segurança está trabalhando na capacitação do atual efetivo para a utilização de armas de fogo através de convênios com órgãos de segurança estaduais. Questionado sobre o aumento das funções da corporação, afirmou que deseja ver a Guarda atuando com mais força na segurança pública e que sua capacidade de mobilização imediata já foi aumentada. Disse ainda que foi criada um comando de reação, composto por 70 homens, para trabalhar em conjunto com as forças de segurança.
Fiscalização
Questionado por representantes do comércio sobre a atuação da secretaria na fiscalização do comércio ilegal no centro de Porto Alegre, Senisse afirmou que está é uma área de atenção da pasta, e defendeu que esta prática está ligada a outras crimes, como o tráfico de drogas, contrabando, receptação e venda de objetos roubados. “O comércio ilegal está trazendo o crime para o Centro”, disse.
O secretário disse que, a partir das operações de “limpeza” do Centro, iniciadas pela Rua dos Andradas em março, a Guarda passou a captar informações para atuar também no combate ao contrabando e distribuição dos produtos. Ele ponderou que o enfrentamento ao comércio ilegal na Praça da Alfândega já teria tido como resultado a redução do tráfico de drogas no local.
Citou ainda o caso das vendas de frutas no Centro, que estariam ligadas a outros crimes e disse que a GM, a partir desta segunda-feira, iniciou um trabalho para impedir a distribuição para as bancas. “Essa fruta, que parece uma coisa ingênua, tem vinculação com outros tipos de venda ilegais”, afirmou o secretário.
