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4 de março de 2017
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12:15

Funcionários denunciam demissões em equipes de limpeza e alimentação das escolas municipais

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Funcionários denunciam demissões em equipes de limpeza e alimentação das escolas municipais
Funcionários denunciam demissões em equipes de limpeza e alimentação das escolas municipais
Servidores demitidos ocupavam posições de auxiliar de serviços gerais, limpeza e cozinha | Foto: Willian Baldon/Divulgação PMPA

Fernanda Canofre

Esta semana, funcionários das equipes de limpeza e cozinha das escolas municipais de Porto Alegre, ligados à empresa terceirizada Multiclean, foram demitidos. Segundo a Associação dos Trabalhadores em Educação de Porto Alegre (Atempa), pelo menos 100 pessoas foram demitidas no processo, que teria partido de uma ordem da Prefeitura. 

“O supervisor foi comunicar que tiveram que fazer corte de pessoas e quem saiu fomos nós, as [trabalhadoras] mais novas, que entraram há pouco tempo”, conta Kellen Cristina Alves Remsi, que começou a trabalhar na Escola Municipal de Ensino Fundamental Marcírio Goulart Loureiro, no bairro Partenon, em dezembro do ano passado.

Outra colega dela, também da equipe de limpeza da Escola Marcírio, foi desligada nesta sexta-feira (03). “Me disseram que era por cortes, mas não entendi direito porque. Meu contrato era até o dia 9 de março, mandaram embora antes do fim”, diz Taís do Amaral.  

Segundo as duas trabalhadoras, ligadas à Multiclean, há previsão de mais cortes. “Pelo que sei, vai haver mais corte de pessoal. Está tudo ruim, eu também sou mãe de aluna, pela reunião que tivemos, acho que vai piorar ainda mais. Não vai ter mais acompanhamento para os alunos na chegada, nem nas refeições, ainda não sabemos como vai ficar o acompanhamento das turmas especiais”, afirma Kellen.

Terceirizada teve problemas há dois anos

O contrato da Secretaria Municipal de Educação (Smed) vem da gestão de José Fortunati (PDT). Em 2015, trabalhadores da Multiclean denunciaram a empresa por inadimplência, atraso no pagamento de salários e direitos, como vale-transporte e vale-alimentação. “A gente está trabalhando, mas está em uma bomba-relógio. A gente nunca sabe quando vai receber”, disse na época um dos trabalhadores vinculado à empresa, em entrevista à TV Restinga.

Outro problema que era questionado pelos trabalhadores era o fato de que o contrato da Prefeitura com a Multiclean havia vencido em maio do mesmo ano e ainda não havia posicionamento da Prefeitura sobre qual empresa assumiria a nova licitação. O contrato com a Multiclean acabou sendo renovado, com novo prazo de dois anos. A gestão atual não retornou o contato da reportagem sobre como o novo contrato – que vale até este ano – foi realizado.

Procurada pela reportagem na tarde desta sexta, a Secretaria Municipal de Educação afirma que, do total de 1.040 funcionários terceirizados, foram cortados 76. Segundo a assessoria, o aumento no dissídio de uma das categorias de servidores teria causado aumento nos valores do contrato da Prefeitura com a Multiclean. “Tivemos que reduzir devido a uma ordem de serviço que não permite reajustes contratuais”, explica a assessoria da Smed.

A empresa Multiclean disse que a pessoa que poderia prestar mais esclarecimentos não estava disponível.


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