Da Redação
Rodoviários realizaram protestos na manhã desta quarta-feira (1º) em três grandes corredores de ônibus na Capital, com caminhada de trabalhadores e ônibus circulando em baixa velocidade, a chamada Operação Padrão, popularmente apelidada de Operação Tartaruga. De acordo com o Stetpoa, sindicato que representa a categoria, o movimento tem o objetivo de pressionar os proprietários das empresas de ônibus da Capital a realizarem uma negociação mais justa e também pela manutenção do cargo de cobradores.
Os rodoviários fizeram manifestações nos corredores de ônibus das avenidas João Pessoa, Osvaldo Aranha e Farrapos desde às 7h30. Durante o ato nos corredores, representantes sindicais, com faixas, caminharam a frente dos coletivos. Após deixarem os corredores, eles se encontraram na Av. Mauá, por volta das 9h30, e seguiram em direção à Prefeitura. A manifestação causou lentidão em diversos pontos da Capital.
As negociações do dissídio da categoria, cuja data-base é 1º de fevereiro, estão paradas desde a semana passada. A atual proposta do Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) oferece aos rodoviários a recomposição da inflação dos últimos 12 meses em duas parcelas, metade a ser paga referente a fevereiro e a outro a julho. A categoria diz que a proposta é inaceitável e sequer pode ser levada para análise de uma assembleia. Ela quer a inflação mais ganho real de 3,5%, além de reajuste no vale alimentção.
“A negociação parou. Depois que rejeitamos essa proposta indecente para a categoria, a patronal não nos recebeu mais. Essa manifestação é contra a patronal e o prefeito”, diz Sandro Abade, vice-presidente do Stetpoa.
Na tarde de terça-feira (31), o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) recebeu representantes dos rodoviários para uma reunião, mas disse a eles que não poderia intervir nas negociações. “Tivemos uma reunião, das 13h às 13h30, na intenção de que o prefeito nos estendesse a mão, agilizasse o processo do dissídio, mas eles nos virou às costas. Além do mais, confirmou a retirada dos cobradores de ônibus”, afirma Abade.
A possibilidade de extinção dos cargo de cobrador vem sendo ventilada desde o início da semana pelo próprio prefeito Marchezan, que já havia anunciando anteriormente a intenção de eliminar a cobrança em dinheiro dos transporte coletivo da Capital. Segundo o prefeito, os cobradores “terão que buscar outra atividade”. De acordo com o Stetpoa, atualmente, 3,6 mil trabalhadores exercem a função de cobrador na Capital.
“Esse movimento não aceita a extinção dos cobradores. É o primeiro de muitos que vão ocorrer”, diz Abade.