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26 de janeiro de 2017
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15:19

Melchionna solicita que Câmara convoque secretário da Fazenda para esclarecer ‘guerra’ sobre finanças

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Melchionna solicita que Câmara convoque secretário da Fazenda para esclarecer ‘guerra’ sobre finanças
Melchionna solicita que Câmara convoque secretário da Fazenda para esclarecer ‘guerra’ sobre finanças
Fernanda Melchionna, líder da oposição na Câmara de Porto Alegre Foto: Maia Rubim/Sul21

Luís Eduardo Gomes

A líder da oposição na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Fernanda Melchionna (PSOL), apresentou nesta quarta-feira (25) um requerimento à Casa solicitando a convocação do atual Secretário Municipal da Fazenda, Leonardo Busatto, para que ele preste esclarecimentos sobre a situação financeira do município, e convide o último secretário da Fazenda da gestão de José Forunati, Eroni Numer, para participar da discussão. “Nós estamos vivendo uma verdadeira guerra de informações sobre a real situação financeira do município e isso é muito grave”, justificou Melchionna.

A vereadora explica que a convocação de secretários é uma prerrogativa regimental da Câmara de Vereadores e que o requerimento com o pedido já foi protocolado na Casa. Segundo ela, a oposição irá pedir, na primeira reunião de líderes a ser realizada após o retorno do recesso parlamentar, em 1º de fevereiro, a priorização do tema, que precisa ser aprovado por maioria simples para que o Busatto seja convocado oficialmente.

“Para nós, esse momento de colocar os dois secretários na mesa é fundamental para que a população e os vereadores sejam esclarecidos e para que a gente possa sim saber a real situação financeira do município e não aceitar uma discussão e uma situação de criar um pretenso caos para justificar ataques inaceitáveis à classe trabalhadora e à juventude”, disse.

Segundo ela, ouvir Busatto e Numer se torna mais necessário em razão da gravidade da discussão que iniciou com o anúncio feito pelo prefeito Nelson Marchezan Jr. na quarta-feira. “A situação é muito grave porque nós temos uma diferença de valores de, no mínimo, R$ 322 milhões. E, ao mesmo tempo, uma política do Marchezan de tentar colocar na crise do município uma dimensão maior do que a crise estadual, o que para qualquer economista e para qualquer pessoa que acompanha as finanças municipais e estaduais sabe que é uma comparação absurda”, disse.

A líder da oposição pondera que a dívida do Estado é fruto de uma questão estrutural, envolvendo uma dívida com a União que está na casa dos R$ 50 bilhões, enquanto os problema financeiros seriam circunstanciais, motivos pela crise do País que levou a redução de repasses estaduais e federais, ainda que critique a má utilização de recursos públicos resultado da “má gestão” do governo anterior.

“Agora, nós temos a convicção de que o governo Marchezan está superestimando o quadro financeiro, criando uma situação de caos para ameaçar os direitos do funcionalismo, ameaçar o parcelamento dos salários, privatizações, como a gente tem visto pela imprensa o anúncio de possíveis privatizações, e os cortes nas áreas essenciais, coisa que é inadmissível”.

Na quarta-feira, Marchezan anunciou que irá encaminhar uma série de medidas para a Câmara de Vereadores, sem delimitar quais seriam elas. Fernanda ponderou que, na Câmara, ainda não chegaram informações sobre o conteúdo desse pacote.

Caso seja confirmada a convoção de Busatto e o convite de Numer, eles serão ouvidos em uma sessão da Câmara em que cada um terá direito a fala e serão abertas 10 inscrições para vereadores realizarem questionamentos. Segundo Fernanda, este tipo de sessão tradicionalmente é aberta ao público.


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